Alita Falcão e Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, nesta sexta-feira, 1º/3, durante a solenidade em comemoração aos 57 anos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), na sede da autarquia, destacou a importância dos investimentos para a geração de empregos, renda e desenvolvimento econômico da Amazônia.
Em seu discurso, Alckmin fez um balanço do primeiro ano de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E apresentou indicadores econômicos positivos e avanços legislativos, ressaltando a importância da reforma tributária e da preservação das áreas de livre comércio. Alckmin enfatizou, também, o crescimento do polo industrial e a aprovação de projetos que representam significativo investimento e a geração de empregos no Estado.
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“Encerramos o primeiro ano com fatos importantes em benefício da população. O crescimento esperado do PIB era 0,8% e terminamos com 2,9%; o índice Bovespa era 106 mil e chegamos a 131 mil pontos; a confiança dos consumidores aumentou em 3,6% e a empresarial, 3,4%; o câmbio baixou pra R$ 4,9 o dólar; a inflação caiu para 4,6%; o Risco Brasil caiu para 128 pontos; a taxa de juros de um ano caiu para 9,9%; a taxa de desemprego caiu para 7,6%”, detalhou.
“Tivemos avanços importantes na legislação. A reforma tributária foi inteligente pois preservou as vantagens competitivas; aprovou o novo arcabouço fiscal que traz segurança fiscal para a redução permanente da taxa Selic, da queda da taxa de juros. Além da aprovação da Lei 14.788 que preservou as áreas de livre comércio, que também são importantes para toda a região”, destacou.
Parlamentares amazonenses presentes cobraram melhorias para estrutura da Suframa. O deputado federal Sidney Leite (PSD-AM) mencionou em seu discurso a necessidade de ações e investimentos voltados para melhorar a competitividade do modelo Zona Franca.
Também representante da bancada do Amazonas na Câmara Federal, Pauderney Avelino (UB) entregou ao presidente em exercício, um documento elaborado pelos servidores da Suframa, que há anos solicitam a reestruturação dos cargos e salários do órgão.
BR-319 e a exploração de Potássio
Tendo despertado o interesse do ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, ainda na sua primeira visita ao Amazonas, quando participou da 312º do Conselho de Administração da Suframa (CAS), o governador Wilson Lima (União Brasil) mais uma vez destacou a importância da exploração da reserva de potássio existente em Autazes, município a pouco mais de 100 quilômetros de Manaus.
Segundo Wilson Lima, recentemente, uma decisão judicial passou ao Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Ipaam) a responsabilidade para autorizar a exploração do potássio na região.
“Ninguém está mais interessado em fazer o Amazonas se desenvolver respeitando a questão ambiental. Falo como amazônida e assumo o compromisso de tornar essa nova matriz econômica numa realidade, com toda os critérios e responsabilidade que o tema necessita”, pontuou o governador Wilson Lima.
Autazes está entre as maiores reservas de potássio do mundo e representa uma possibilidade real de criação de uma nova matriz econômica ao Estado do Amazonas. É fundamental para produção de fertilizantes que garantem a qualidade das plantações e a segurança alimentar. O Brasil é o país que mais importa potássio no mundo, conforme dados do Ministério de Minas e Energia.
Alckmin confirmou que o licenciamento para a exploração de potássio em Autazes será feito pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), após uma decisão judicial favorável. Segundo o vice-presidente, a exploração é vista como fundamental para a produção de alimentos e para a segurança alimentar do país.
“Eu acredito, sim, que a gente possa ter um bom avanço. Hoje, o desafio do mundo é segurança alimentar. E, segurança alimentar pressupõe você ter uma indústria de fertilizantes”, assegurou Alckmin.
O governador reforçou, ainda, a importância da exploração do potássio em Autazes. Wilson Lima menciou a preocupação com o desenvolvimento econômico da região amazônica, como também destacou compromisso com a responsabilidade ambiental. E ressaltou que a consulta pública aos povos indígenas já foi realizada, com uma resposta favorável à exploração do minério na região.
“Determinei que o Ipaam haja com o rigor ambiental necessário, para que a gente tenha todas as condicionantes ambientais no momento de dar essas licenças para a exploração do potássio em Autazes. Nós também estamos tendo a preocupação de garantir as condicionantes indígenas de proteção dos povos indígenas e exigindo da empresa as contrapartidas sociais, no sentido de gerar oportunidade para as pessoas que moram ali no município, em melhorar as condições de vida dos indígenas. A consulta pública ao povo Mura e às comunidades já foi feita e responderam que são favoráveis à exploração dessa atividade ali na região”.
Wilson Lima, governador do Amazonas
Além disso, Wilson Lima explanou a relevância da BR-319 para o desenvolvimento social da região amazônica. O governador mencionou o papel econômico da rodovia, especialmente durante crises como a pandemia de Covid-19 e a estiagem do ano passado, dando ênfase ao direito básico dos cidadãos do Amazonas e do Estado de Roraima à mobilidade.
O governador insistiu que a rodovia, quando efetivamente recuperada, terá um impacto significativo no acesso aos serviços essenciais e no escoamento da produção local, o que vai contribuir para a integração regional e o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Medidas preventivas para a seca
Dentre outras preocupações, Wilson Lima mencionou a seca, destacando os níveis históricos alcançados pela estiagem no ano de 2023. O problema causou interrupção na navegação dos navios que traziam matéria-prima para as fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM), justamente em um período que o mercado deveria estar aquecido.
“Meu pedido é para que seja feita o mais rápido possível a dragagem do rio Amazonas, na foz do rio Madeira, diminuindo o máximo possível o impacto da seca neste ano, considerando a subida lenta dos rios pelo efeito El Ninho”, destacou Wilson Lima.
Lima pontuou a urgência da antecipação das dragagens, especialmente no trecho de Itacoatiara, considerando a prevenção para o período da seca. Na ocasião, o governador enfatizou a necessidade de identificar locais onde os sedimentos podem se acumular, dificultando a navegação no rio Amazonas, vital para o transporte de produtos da Zona Franca de Manaus.
O compromisso do governo federal em iniciar o trabalho de dragagem em maio foi mencionado, visando minimizar os impactos da baixa navegabilidade durante a estação seca.
“Há um indicativo do governo federal para que a gente possa começar o trabalho de dragagem o mais rápido possível e já começar a identificar os locais onde os sedimentos irão se acumular, causando uma dificuldade maior de navegação, principalmente ali no Rio Amazonas, que é o principal rio para os produtos da Zona Franca de Manaus, tanto para entrada de insumos quanto para a saída de produto acabado ali no Tabocal, próximo ao município de Itacoatiara”, frisou.