Gabriel Lopes – Rios de Notícias
JURUTI (PA) – Uma das maiores manifestações culturais da Amazônia, o Festival das Tribos Indígenas de Juruti (Festribal), no Pará, busca resgatar em forma de espetáculo a cultura e ancestralidade indígena do município, com duelo artístico marcante e atual.
Anualmente, as tribos Munduruku, com as cores vermelho e amarelo, e Muirapinima, com o vermelho e azul, trazem para a arena do Tribódromo, alegorias cênicas, dança e cantos originários. Em 2024, o festival ocorre nos dias 1º, 2 e 3 de agosto.
O Festribal é uma celebração dos costumes indígenas e também representa a luta dos povos da floresta por respeito. Ao longo de três décadas, o evento movimenta o turismo na região, recebendo turistas de todo Brasil, com público estimado em cerca de 5 mil pessoas.
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O Festribal nasceu de uma ramificação do Festival Folclórico de Juruti, onde se apresentavam cordões de pássaros, quadrilhas, bumba-meu-boi e carimbó. De 1995, quando o evento teve sua primeira edição, até hoje, a tribo Munduruku já venceu 16 vezes e a Muirapinima conquistou 13 títulos de campeã.
O que impressiona na festa das tribos é que durante todo o espetáculo a cultura indígena é retratada em quadros inéditos, seja em forma de música, nas artes cênicas, nas alegorias ou nas danças. O modo de vida do ribeirinho da Amazônia, o jeito peculiar do caboclo, do pescador, do caçador ou do farinheiro inspiram a criatividade dos artistas que dedicam meses para o espetáculo.
Cada apresentação é avaliada por uma equipe de jurados, responsáveis por atribuir notas em quesitos técnicos e artísticos. Entre os itens julgados, estão: Apresentador, Porta-Estandarte, Guardiã Tribal, Tuxaua, Índia Guerreira, Pajé, Canto Indígena, Regional, Evolução, Ritual Indígena, Alegoria, Tribo Originalidade, Tribo Coreografada, Originalidade em Conjunto, Harmonia e Galera.



Muitos artistas reconhecidos por seu trabalho no Festival Folclórico de Parintins são nascidos em Juruti e se apresentaram ou tiveram algum envolvimento no Festribal, como a cunhã-poranga Marciele Albuquerque e o levantador de toadas Patrick Araújo, do boi Caprichoso, e também o levantador de toadas Sebastião Júnior, do boi Garantido.
Desde 2008, o festival passou a ser considerado Patrimônio Cultural do Pará pela Lei Estadual nº 7.112. O festival também é reconhecido como Patrimônio Cultural do Município de Juruti pela Lei Municipal nº 1.010/2011.