Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início, nesta segunda-feira 9/6, à fase de interrogatórios dos réus acusados de envolvimento nos atos de 8 de janeiro para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. O primeiro a ser ouvido foi o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
Durante a audiência, um momento inusitado chamou a atenção nas redes sociais. O ministro Alexandre de Moraes perguntou diretamente a Cid se ele era alvo de críticas nas reuniões com militares e aliados de Bolsonaro. O questionamento provocou risos no tenente-coronel, que respondeu “O senhor foi muito criticado.”
Em tom descontraído, Moraes reagiu. “Estou acostumado com isso. É que a Polícia Federal não está aqui, mas há uma contradição no seu depoimento: o senhor disse que era uma conversa de bar, com guaraná e salgadinho. Então, não era tão informal assim. O que mais falavam sobre mim?”, disse o ministro.
Mauro Cid respondeu afirmando que havia um clima de informalidade nas conversas, mas negou qualquer plano direto contra o ministro.
“As mesmas críticas e xingamentos que o senhor já ouviu, como ‘esse cara é um desgraçado’, ocorreram ali também. Mas nunca ouvi algo como ‘temos que acabar com ele’. Eram expressões que o senhor já conhece, memes… por isso falo dessa informalidade”, declarou o tenente-coronel.
Repercussão nas redes
O trecho do interrogatório viralizou nas redes sociais, rendendo comentários que ironizaram a cena. Internautas compararam o momento a uma conversa de adolescentes no recreio. “Amiga, você falava mal de mim pelas costas?”, escreveu uma usuária no X (antigo Twitter). Outros comentários incluíram: “Parece piada o cara preocupado se falavam mal dele”, “Quer saber da fofoca” e “Quem é que não fala mal dele no mundo hoje em dia?”
Contexto
A oitiva de Mauro Cid faz parte da investigação conduzida pelo STF que apura os atos de 8 de janeiro. O ex-ajudante de ordens firmou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal e já prestou diversos depoimentos apontando a existência de reuniões em que se discutiam medidas para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Cid está entre os investigados no inquérito que também inclui figuras de alto escalão do governo anterior. A investigação segue sob sigilo parcial.