Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Com as enchentes severas no Rio Grande do Sul, ao menos três cidades planejam mudar parte de sua área urbana para fora da região sujeita a cheias devastadoras. As pequenas localidades, situadas em calhas de rios na região, já enfrentam de dois a quatro desastres naturais em menos de um ano.
O governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), solicitou que o levantamento de impactos da Defesa Civil também inclua a identificação dessas localidades que possam eventualmente não ter mais população fixa. “Isso está no nosso radar e no nosso plano de ação“, enfatizou.
“Teremos um olhar específico para aquelas cidades que terão a necessidade de um planejamento excepcional de transferência de locais inteiros, o que vai envolver um custo multibilionário para as necessidades de indenizações para as pessoas que vivem nesses lugares e transferência para um novo lugar, que deveria ser também urbanizado. Nós entendemos que é pertinente para algumas cidades, algumas localidades críticas. Aí vamos buscar a condição de fazê-lo.”
Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul
Leia também: FAS recebe doações para o Rio Grande do Sul durante Feira do Pirarucu neste sábado
Uma das cidades que trabalham com a possibilidade de mudança de zonas é Barra do Rio Azul, município com cerca de 1,7 mil habitantes no norte do Estado. O prefeito da cidade Marcelo Arruda (PTB) pretende mudar o comércio e as casas que estão nas margens dos rios Paloma e Azul para uma área mais distante, fora da região de inundações.
![](https://www.riosdenoticias.com.br/wp-content/uploads/2024/05/barra-azul.jpeg)
![](https://www.riosdenoticias.com.br/wp-content/uploads/2024/05/barra-azul.jpg)
De acordo com a autoridade local, a nova área urbana ficará a 600 metros do centro atual, em um terreno mais alto. O plano é dar os lotes como permuta pelos terrenos ocupados atualmente. “Foi a segunda vez nos últimos seis meses e a ‘população não aguenta mais‘. Nossa obrigação é pensar e planejar para evitar novos prejuízos para os moradores e para o município”, disse o prefeito.
Outra cidade que teve bairros inteiros destruídos pela correnteza dos rios com as fortes chuvas foi Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari, onde a prefeitura já manifestou que as casas destruídas não serão reconstruídas no mesmo local. Segundo o secretário de Obras do município, Paulo Nascimento, uma reunião foi realizada entre as comunidades a fim de firmarem um consenso.
![](https://www.riosdenoticias.com.br/wp-content/uploads/2024/05/maior_Cruzeiro__21.jpg)
![](https://www.riosdenoticias.com.br/wp-content/uploads/2024/05/cruzeiro-do-sul-11.jpg)
“Tivemos uma reunião e foi uma decisão de consenso com as comunidades. Vamos buscar uma área com até 60 hectares (cada hectare equivale a um campo de futebol) em lugar seco para mudar as famílias e o comércio. Vai ter escola, unidade de saúde, toda infraestrutura”, afirmou.
Dos 12.402 habitantes, cerca de 850 pessoas estão em abrigos e a estimativa é de que mil casas tenham sido destruídas nos bairros Passo de Estrela, Zwirtes, Bom Fim e São Miguel. A cidade, na margem direita do Rio Taquari, sofreu três grandes enchentes em menos de um ano.