Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Custo do deslocamento, escoamento de produtos, distâncias influenciadas pelo percurso dos rios e poucas alternativas de locomoção são realidades que interferem na complexa logística enfrentada pela população amazonense em toda extensão territorial do Estado.
Em entrevista ao programa “Amazone-se“, da “Rádio RIOS FM 95,7“, a empresária e especialista em transporte fluvial, Michelle Guimarães, abordou essas realidades e destacou quais obstáculos logísticos são enfrentados por quem vive e trabalha com esse seguimento.

“Tem alguns municípios que a gente precisa fazer transbordo de carga entre barcos no meio do rio. Então, a embarcação sai daqui de Manaus para um determinado ponto ali do rio Solimões e do rio Amazonas. E aí chega o barco menor, e faz esse transbordo da carga no meio do rio, para que essa embarcação menor consiga ter acesso aos canais de braço a fim de chegar nas comunidades ou nos municípios, que são ainda menores”, explicou.
Michelle Guimarães, empresária
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O Amazonas enfrenta um desafio singular devido ao seu isolamento geográfico. Condição essa, que impõe sérias restrições à diversas populações residentes às margens dos rios amazônicos e bem longe da capital. Além disso, a escassez de infraestrutura no transporte terrestre em diversos municípios da região faz com que as vias fluviais sejam as únicas alternativas.
“Realmente é uma operação de guerra. Com a seca, então, foi uma operação gigantesca que nós participamos para não deixar faltar produto. Temos que pensar que não é só algo supérfluo, trivial. Se a pessoa estiver precisando de uma geladeira e não conseguir ter acesso? Se ela está precisando de uma cama, de um alimento? As pessoas precisam! A vida continua nesse município, assim como aqui na capital“, enfatiza Michelle.
A empresária ainda afirmou que compreender a Amazônia exige vivência, e classificou a realidade do transporte fluvial como ”complexa” no Estado.
“Troca do barco menor pra uma canoa, e da canoa para o entregador, precisa subir um barranco gigante. Temos vídeos e fotos que ilustram muito bem isso, e assim as pessoas conseguem ver como é complexo a gente atender a Amazônia”, ressalta.
Com uma trajetória de mais de 18 anos em gestão empresarial, Michelle Guimarães, ainda, compartilhou as suas percepções sobre empreendedorismo e o desenvolvimento de carreiras na região Norte do Brasil. Além de destacar o papel inovador da “Navegan“, a startup que co-fundou e responde pelo setor de transporte fluvial no Estado, ao automatizar o processo de venda de passagens.