Caio Silva – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Três servidores públicos ligados a diferentes unidades de saúde do Amazonas foram presos na manhã desta quinta-feira, 16/10, durante a Operação Metástase, deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM).
Entre os detidos estão duas diretoras de maternidades e um gerente financeiro da Fundação Cecon, todos suspeitos de envolvimento em um esquema de fraude em licitações, pagamento de propinas e desvio de recursos públicos da saúde.
A operação foi realizada por meio da 77ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
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Servidores presos
- Rafaela Faria Gomes da Silva – Diretora da Maternidade Balbina Mestrinho
- Andréa Gonçalves Castro – Diretora da Maternidade Dr. Anternor Barbosa
- Gabriel Henrique Silva de Souza – Gerente de Finanças da Fundação Cecon
Além das prisões, os suspeitos tiveram contas bancárias bloqueadas, e foram afastados de suas funções públicas por decisão judicial.
Fraudes em série
De acordo com o promotor Ednaldo Aquino Medeiros, a operação é a segunda fase da Operação Jogo Marcado e recebeu o nome de “Metástase” por evidenciar a disseminação do esquema criminoso em várias unidades de saúde do estado.
Segundo ele, o grupo criminoso atuava de forma semelhante em diferentes órgãos: fraudando licitações, pagando propinas a servidores e descumprindo contratos, o que comprometia o atendimento à população, especialmente em maternidades e unidades de pronto-atendimento (UPAs).
“Essa fase revela a expansão do mesmo modus operandi descoberto na primeira operação. Foram três prisões preventivas, afastamento de sete servidores e suspensão de contratos de empresas suspeitas”, explicou Medeiros.
Medidas judiciais
Ao todo, foram cumpridos:
- 27 mandados de busca e apreensão em Manaus e Joinville (SC);
- 3 prisões preventivas;
- Afastamento de servidores públicos;
- Quebra de sigilo de dados;
- Bloqueio de bens no valor de R$ 1.014.892,65;
- Suspensão de contratos com o poder público.
A operação também contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), GAECO de Santa Catarina e da Polícia Civil do Amazonas.
Material apreendido
Durante as buscas, foram apreendidos documentos, celulares e outros materiais que, segundo o MP, podem ajudar a aprofundar as investigações. Alguns itens estavam em poder dos investigados sem relação direta com a investigação inicial, mas foram retidos por apresentarem indícios de ilegalidade ou incompatibilidade com a função pública.
“O escopo da investigação envolve fraudes em licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, peculato e associação criminosa. Todo material suspeito foi apreendido para análise”, concluiu o promotor.
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*Com colaboração de Diana Rodrigues











