Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – No Brasil, o Dia das Mães é celebrado anualmente no segundo domingo de maio, que neste ano é o dia 12. Essa data é uma homenagem à figura materna, responsável por gerar a vida e se dedicar a proporcionar o melhor para seus filhos.
Em comemoração ao Dia das Mães, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrevistou duas mulheres que compartilharam suas histórias emocionantes e inspiradoras, demonstrando o poder do amor materno.
Muitas mulheres se desdobram e dividem-se para enfrentar os desafios da maternidade, sustentar o lar e buscar melhorias na vida para oferecer o melhor aos filhos. A maternidade atual apresenta às mulheres diferentes desafios, implicações e conflitos.
A assistente social Nilvaneia Barbosa, chamada carinhosamente de “Neia”, é mãe de João Victor, 17 anos, e Nataly Vitória, 6 anos. Ela ressalta que a prioridade maior na rotina diária, equilibrando trabalho e tarefas domésticas, são os filhos.
“De tudo isso, o mais importante é o cuidado com meus filhos, independente do meu trabalho, dos meus estudos, da minha vida pessoal em si, eles sempre estão em primeiro lugar”, destacou Neia.
Roberta Soares Graça, também assistente social, é mãe de Ana Ester de 22 anos. Apesar das tarefas que exigem muita entrega, a maternidade para Roberta é descrita como uma dádiva.
“Ser mãe é um trabalho árduo, mas prazeroso, é a maior dádiva que Deus pôde me proporcionar. Não é fácil conciliar trabalho, ser dona de casa, ser mãe e ser mulher. São papéis distintos, mas fazemos isso com muito amor e carinho”, declarou Soares.
Desafios
No universo multifacetado da maternidade, mães enfrentam desafios diários enquanto equilibram responsabilidades, aspirações pessoais e o desejo de serem exemplos positivos para seus filhos.
“O maior desafio é você ser o exemplo para os seus filhos, porque nós somos o reflexo para nossos filhos”, enfatiza Roberta. Ela ressalta a importância de agir de acordo com suas palavras, desmistificando o ditado “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Para Roberta, ser um exemplo é uma importante missão na maternidade.
“Nós mulheres fazemos vários papéis e muitas vezes achamos que não vamos dar conta, mas conseguimos. Sobrecarrega sim, mas fazemos isso da melhor forma possível”, afirma Roberta.
Neia, compartilha outro desafio comum entre as mães: conciliar as múltiplas responsabilidades e garantir tempo de qualidade com a família.
“Acredito que meu maior desafio é sempre conseguir tempo para eles, sempre tento me organizar para ter um tempo de qualidade com os dois, e não perder momentos importantes”, disse Barbosa.
Pressão social
Roberta Soares, que é uma mãe solo, reflete sobre as pressões sociais e as expectativas desproporcionais em relação ao papel das mulheres na família e na sociedade. Ela destaca a dificuldade enfrentada pelas mães solteiras, que muitas vezes são culpabilizadas quando algo dá errado na educação dos filhos.
“Nós vivemos em uma sociedade muito machista e quando você é mãe solo e o seu filho não vai para o caminho certo, a culpa recai sobre a genitora, nunca é do genitor que abandonou, que não deu conta da sua família, que quis viver a liberdade”, compartilhou Roberta.
Roberta ressalta que para o genitor, é mais fácil não assumir a responsabilidade, enquanto as mães solteiras enfrentam uma pressão ainda maior da sociedade.
“Quando o homem se sente pressionado a ter essa responsabilidade com a família, ele sai. E aí nos tornamos mães solos, que temos que dar bom exemplo e temos essa pressão da sociedade, que se algo der errado, a culpa é da mãe”, explicou a assistente social.
Tempo de qualidade
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Neia Barbosa compartilha sua maior preocupação como mãe, que é garantir tempo de qualidade com seus filhos, independentemente das circunstâncias. Ela enfatiza que seus filhos estão sempre presentes em sua mente, e ela se esforça para mantê-los por perto, valorizando cada momento compartilhado.
“Meu cuidado maior é com eles, independe de onde estou, eles sempre estão comigo de alguma forma. Sempre tento mantê-los perto para eu não perder esses momentos com eles”, revelou Neia.
Essa preocupação é motivada pela experiência anterior com seu filho mais velho, João Victor, quando ela enfrentava desafios para conciliar estudo e trabalho, perdendo muitos momentos importantes. Agora, Neia busca não repetir isso com sua filha mais nova, além de compensar o tempo perdido com seu filho mais velho.
No tempo livre, Neia destaca a importância de se divertir com sua filha, criando memórias valiosas juntas.
“No meu tempo livre também gosto de dançar, gosto de me divertir com minha filha, nós vamos ao shopping, saímos para passear”, compartilhou Neia.
Mãe solo
Após cinco anos de casamento e o planejamento cuidadoso da chegada de sua filha, Roberta viu sua vida mudar.
“Eu fui casada por cinco anos e minha filha foi planejada. Quando minha filha nasceu desandou o casamento, porque eu tinha que me desdobrar, ser mãe, dona de casa, mulher e esposa. Eu já não tinha mais aquele tempo que eu tinha para ele, então tinha que me desdobrar”
Roberta Soares, assistente social
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A pressão da responsabilidade familiar acabou por afetar seu relacionamento conjugal, levando ao fim do casamento. Na época, Roberta tinha 19 anos.
“Imagina ter uma filha planejada e o casamento acabar por conta dessas responsabilidades. Eu era muito jovem e não soube conciliar tudo ao mesmo tempo, e tudo recair sobre mim, sobre nós mulheres”, compartilha Roberta, refletindo sobre os desafios.
A rotina agitada a deixava com pouco tempo para si mesma. “Eu sempre ficava em último lugar como mulher. Eu era mãe, dona de casa e trabalhadora. A parte de mulher foi esquecida por um tempo”, confessou.
No entanto, sua dedicação incansável trouxe frutos, e sua filha, Ana Ester, se tornou sua maior fonte de orgulho.
“Hoje, Ana Ester é formada e é o meu orgulho. Ela terminou a graduação e fico muito feliz com isso, sinto que todo o esforço valeu a pena”, destacou a assistente social.
Suporte e Rede de Apoio
Para muitas mães, principalmente mães solo, o suporte familiar e as redes de apoio externas desempenham um papel fundamental na jornada da maternidade, possibilitando a conciliação entre responsabilidades familiares, profissionais e pessoais.
Soares relata que o suporte familiar foi importante durante sua trajetória, principalmente quando teve que voltar a trabalhar e decidiu estudar, período que saia às 7 horas da manhã e retornava às 22 horas.
“Eu tive apoio familiar, que foi minha mãe porque se não fosse ela ficar com minha filha, não tinha como eu trabalhar fora de casa, não teria como fazer minha faculdade. Eu ficava o dia todo fora e minha realidade financeira não me permitia pagar uma pessoa para ficar com ela”, contou Roberta.
Da mesma forma, Nilvaneia Barbosa enfatiza a relevância do apoio familiar. “Eu tive muito apoio da minha família, dos meus irmãos”, compartilha Nilvaneia. Ela destaca como seus irmãos desempenharam um papel importante, cuidando de seu filho quando ele era mais novo, permitindo que ela prosseguisse com seus estudos.
“Foi através desse apoio que foi possível que eu fizesse minha faculdade e chegasse a outros pontos da minha vida que talvez sozinha eu não conseguiria”, destacou Neia.
Motivação
Apesar das dificuldades enfrentadas, a assistente social Roberta Soares ressalta que faria tudo de novo.
“A minha filha sempre foi a minha motivação, se eu decidi fazer uma faculdade foi porque eu queria mudar de vida para proporcionar uma estabilidade maior para ela. Se me perguntassem se eu faria tudo de novo, eu responderia que sim, faria!”, destacou Soares.
Para as mães que enfrentam desafios semelhantes, Roberta oferece conselhos de determinação.
“Tenha persistência, perseverança e nunca desista dos seus sonhos! Nossos filhos são nossa motivação diária e temos que lutar por nós e por eles e dar um futuro melhor para eles, dentro da nossa realidade”, concluiu.