MANAUS (AM) – Há 13 anos, a Associação de Pais e Amigos do Down no Amazonas (APADAM), liderada por Omar Maia, reúne amigos e profissionais focados em melhorar a qualidade de vida e oferecer oportunidades a pessoas com síndrome de Down no Amazonas.
Neste dia 21, é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down, data significativa que visa promover a conscientização e a inclusão de pessoas com a condição genética na sociedade. Além disso, o dia faz referência aos três cromossomos no par 21, característico da Síndrome.
Em entrevista ao PortalRIOS DE NOTÍCIAS, o fundador da organização, Omar Maia, explica que ele e sua esposa, Rosana dos Santos, mobilizaram esforços para criar a associação em busca de mais informações sobre a síndrome de Down, tendo em vista o nascimento de sua filha, Stephanie.
“Deixamos de fazer muitas atividades terapêuticas com ela por falta de conhecimento. Então senti a necessidade de se fundar uma associação onde a gente pudesse ter o contato com outras pessoas, aprendendo e repassando esse aprendizado. Essa falta de informação é muito prejudicial para que a gente possa tentar dar uma qualidade de vida melhor para eles.”
Disse Omar Maia.
Desde 2015, a Associação de Pais e Amigos do Down tem como um dos principais projetos, o Grupo de Dança da APADAM, formada por Stephanie, Larissa, Barbara e Ingra. O quarteto atua como dançarinas de ventre em diversas apresentações por Manaus e outras cidades do Brasil.
“Eu vi que elas gostavam muito de dançar, então surgiu o grupo. Incialmente, começou com duas pessoas, a Stephanie e a Bárbara! E isso começou quando elas foram se apresentar em Curitiba. Na época, minha filha dançava balé e a Bárbara dançava ventre solo. Quando voltamos de Curitiba, incluímos em pouco tempo, a Ingra e depois entrou a Larissa, e estamos com o quarteto desde 2017“, ressaltou Omar.
Shows inclusivos
As quatro jovens ainda foram convidadas para atuarem como dançarinas do cantor Carlos Batata, um dos levantadores oficiais do Boi Bumbá Garantido. Em shows de Boi Bumbá inclusivo, o artista se torna um dos cantores pioneiros na realização desses eventos.
Com mais de 30 anos de carreira, Carlos Batata contou ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, que começou a fazer shows inclusivos em 2013, com tradução simultânea em libras. Ele revelou ainda como conheceu as meninas da dança, além da APADAM.
(Foto: João Dejacy/Rios de Notícias)(João Dejacy/Rios de Notícias)
“Eu já tinha um trabalho envolvendo essa causa e tinha aproximação com o Omar, presidente da associação. E acabei trazendo as dançarinas para minha banda, então isso se transformou em um show inclusivo, um Boi Bumbá inclusivo, algo que foi construído e me causa uma alegria imensa, porque a gente atinge 5% da população brasileira que tem alguma deficiência.”
Afirmou o cantor, Carlos Batata
Larissa Freitas
Quem contou a história de Larissa Freitas, de 21 anos, e dançarina do grupo da associação, foi sua mãe, Luciana Freitas. Ela disse que tudo começou no município de Jaguarão, interior do Rio Grande do Sul, onde sua filha ainda realizava dança do ventre.
“Quando eu estava vindo de lá [Jaguarão] para Manaus, em 2016, a professora de dança dela me indicou a Casa de Isis, escola de dança aqui de Manaus. Quando cheguei nesse local, eu conheci as outras meninas da associação, e desde então fazemos parte da APADAM.”
Disse a mãe de Larissa Freitas, Luciana, bastante emocionada.
De acordo com a mãe, o seu conhecimento sobre a síndrome de Down era muito pouco antes da filha nascer. “Antes de ela nascer, eu não tinha o conhecimento sobre a síndrome de Down. É difícil passar por todo processo? é! porque existe muito preconceito. A sociedade é muito preconceituosa, infelizmente“, lamenta.
Luciana Freitas ressalta que todas as pessoas com síndrome de Down, “podem fazer o que quiserem, masa sociedade ainda não permite que eles consigam ir a frente. A minha filha mudou a minha percepção, a minha vida agora é pra ela“, finalizou.