Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O vereador Coronel Rosses (PL) anunciou nesta terça-feira, 4/11, o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Manaus (CMM) para investigar os gastos da Prefeitura com o festival Sou Manaus – Passo a Paço 2025.
Segundo o parlamentar, o evento teve um custo “absurdo” com valores crescentes, enquanto setores essenciais como infraestrutura, saúde e educação continuam carentes de investimento.
Ele afirmou que, na prestação de contas da Prefeitura, “não houve transparência mais uma vez” e que a documentação entregue para justificar os gastos é “papel de padaria”, sem validade jurídica.
Rosses criticou o fato de o prefeito David Almeida (Avante) afirmar que os cachês de artistas foram pagos por empresas patrocinadoras, sem apresentar detalhes sobre os valores.
“Ele não diz quanto patrocinaram, e muito menos quanto foi pago para cada artista. Com toda essa falta de justificativa plausível, não vimos outro caminho senão solicitar a instalação da CPI”, declarou.
O vereador disse já contar com sete assinaturas para o pedido e acredita que deve conseguir mais no decorrer da semana.
“Tenho convicção de que conseguiremos as assinaturas necessárias para instaurar a CPI e levar à população a transparência que tanto quer”, rebateu.
De acordo a assessoria do vereador, a Prefeitura apresentou cerca de 100 páginas de documentos ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) no último dia 31 de dezembro, pouco antes do fim do prazo judicial.
Segundo o vereador, a análise do material mostrou que “nada foi comprovado”.
“Mais uma vez, não tivemos notas fiscais, notas de empenho ou comprovantes. Tivemos apenas planilhas de Excel sem valor jurídico ou financeiro”, afirmou.
O parlamentar também destacou que algumas empresas citadas como patrocinadoras possuem contratos com a própria Prefeitura e que o Executivo não informou os valores doados.
Para ele, os documentos indicam “que há um indício de um desvio de recurso, há um indício de um desvio de finalidade, principalmente uma falta de planejamento”.
Ele reafirmou que o objetivo da CPI é dar uma resposta à população sobre a aplicação de cerca de R$ 34 milhões no festival sou Manaus desse ano, enquanto áreas como saúde, educação e segurança “recebem valores ínfimos”.
“O que a gente quer aqui é aquilo que a população quer, que o Prefeito mostre como é que ele vem gastando de uma maneira exagerada esse tanto de recurso, enquanto as outras pastas, saúde, educação, e principalmente a segurança, que ele se vangloria tanto, tem um valor ínfimo gasto com o pessoal, principalmente com o pessoal da Guarda Municipal”, concluiu Rosses.
Sem resposta
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Manaus e a Fundação Municipal de Cultura e Artes (Manauscult) para comentar as declarações do vereador e os gastos do festival. Até o fechamento desta edição, não houve retorno.











