Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Poucos sabem, mas o Festival Folclórico de Parintins, conhecido mundialmente pela disputa entre os bois Garantido e Caprichoso, já teve um terceiro competidor: o Boi Bumbá Campineiro.
Durante as décadas de 1970 e 1980, o Campineiro fez parte da tradicional competição e chegou a alcançar a vice-colocação em 1978 e 1982.
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O Boi Campineiro era caracterizado pela cor cinza e um sol na testa, com as cores verde e amarelo representando o Brasil, e o branco para se destacar nas apresentações.
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Em 1978, a disputa envolveu apenas o Campineiro e o Garantido. Naquele ano, o Caprichoso tentou participar do festival, realizado no reduto do Garantido, mas foi recebido com vaias e objetos arremessados. A situação culminou em uma briga generalizada, resultando na retirada do Caprichoso da competição.
Cinco anos depois, em 1982, o festival novamente não contou com a presença do Caprichoso. O boi decidiu não participar em protesto contra a decisão do então prefeito Glaucio Gonçalves, que nomeou o vice-prefeito Edu Costa, um torcedor declarado do Garantido, para presidir a comissão julgadora e organizadora do evento.
Assim, a disputa ficou restrita a Garantido e Campineiro, marcando a última participação oficial do Boi Campineiro no Festival de Parintins.
No entanto, a falta de uma torcida expressiva, comparada aos rivais Garantido e Caprichoso, levou ao seu afastamento definitivo das competições. Além disso, há outras histórias pelos bastidores culturais que justificam também o seu afastamento.
Assim, o festival se consolidou como uma disputa entre apenas dois bois, deixando para trás a memória de um terceiro participante que também encantou o público parintinense.
Em 2013, o jornalista parintinense Jonas Santos lançou o livro “Boi Campineiro, a história do Festival de Parintins que não foi contada”, resgatando a trajetória do Boi Campineiro e trazendo à tona uma parte pouco conhecida da rica história do festival.