Redação Rios
MANAUS (AM) – A blogueira Cileide Moussalem não compareceu a uma intimação da Polícia Civil do Amazonas para prestar depoimentos referentes às mais de 80 denúncias feitas contra ela nos últimos três anos. O depoimento estava agendado para 9h desta segunda-feira, 27/1. A informação foi publicada pelo site Imediato Online.
A investigação, que apura sua possível atuação como líder de uma organização criminosa (OCRIM), busca esclarecer o envolvimento de Cileide em uma série de crimes cometidos através de uma rede de blogs e perfis em redes sociais. Entre as acusações estão extorsão, calúnia, injúria, difamação, apologia ao crime, racismo, uso de documentos falsos e ameaças de morte.
Os crimes investigados são graves e as penas podem alcançar até 25 anos de prisão, caso a acusada seja condenada por todos os atos ilícitos. Dentre os delitos, destacam-se a calúnia (Art. 138 do Código Penal), que consiste em imputar falsamente a alguém um crime, a injúria (Art. 140), que ofende a dignidade ou o decoro de alguém, e a difamação (Art. 139), que prejudica a reputação da vítima perante terceiros.
Além disso, a extorsão (Art. 158) envolve coagir alguém mediante ameaça para obter vantagem econômica, enquanto a ameaça de morte (Art. 147) gera medo ou inquietação na vítima. A acusada também é investigada por crimes de racismo (Art. 20 da Lei nº 7.716/1989), uso de documentos falsificados (Art. 304 do Código Penal) e apologia ao crime (Art. 287).
Segundo as investigações, Cileide Moussalem lidera uma rede de blogs que utiliza fake news para atacar adversários políticos e empresariais de seus contratantes. Esses ataques, conhecidos como “assassinato de reputação”, eram pagos por meio de PIX ou em espécie, com os lucros sendo compartilhados entre os integrantes da rede criminosa.
Conforme informou o site, a Polícia Civil acredita que a blogueira organizou uma associação de blogs que justificava suas ações criminosas com o pretexto da liberdade de imprensa, orientando a produção e divulgação de conteúdos difamatórios com o objetivo de desestabilizar as vítimas e pressioná-las a realizar pagamentos ou desistir de disputas.
A estimativa é de que o esquema tenha movimentado mais de R$ 10 milhões nos últimos cinco anos, originados de extorsões e outras práticas ilícitas. Entre os casos investigados, destaca-se o relato de um empresário que, após ser alvo de matérias negativas, recebeu uma proposta para pagar R$ 100 mil para que os ataques fossem interrompidos.
A polícia apura ainda uma ameaça de morte, em que Cileide teria negociado a contratação de alguém para assassinar uma jornalista que fazia críticas públicas às suas práticas, além de denúncias de uso de documentos falsificados para obter vantagens administrativas e mensagens com teor racista enviadas pela blogueira contra políticos e servidores públicos.
Além das investigações criminais, Cileide responde a mais de 50 processos no Judiciário, incluindo ações por calúnia, injúria, difamação, uso de documentos falsos e apologia ao crime. Este caso está sendo considerado pela mídia local como o maior de crime cibernético no Amazonas. As apurações continuam, e novas denúncias podem ser registradas à medida que mais vítimas se manifestem.
*Com informações do site Imediato Online