Redação Rios
RIO – Imagens de drones mostram a violência e o poder de fogo dos criminosos durante a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona Norte do Rio de Janeiro.
Os vídeos registram barricadas em chamas, ataques coordenados e emboscadas contra as forças de segurança. Os criminosos aparecem portando armas de uso militar, como AK-47, AR-10, FAL, G3 e AR-15, modelos comuns em zonas de conflito internacional, como Síria, Gaza e Iêmen.

Em uma das gravações, policiais civis avançam em uma área de mata e são surpreendidos por disparos. Dois agentes são baleados e são resgatados pelo policial Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna). Segundo a Polícia Civil, Cabral chegou a dar voz de prisão ao autor dos disparos, mas acabou baleado e morto logo depois.
“Nosso combatente morreu como herói, tentando salvar a vida dos companheiros. Não podemos normalizar a presença de fuzis na sociedade, nem aceitar que criminosos usem o território fluminense como trincheira de guerra. É exatamente isso que as imagens mostram. O Estado vai continuar enfrentando o crime com coragem, inteligência e respeito à lei”, declarou o governador Cláudio Castro.
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Outra gravação mostra ruas do Complexo do Alemão tomadas por fogo e fumaça, provocados por barricadas erguidas por criminosos para impedir a entrada das equipes. As imagens também mostram a movimentação de agentes e blindados em meio aos confrontos.
“As imagens falam por si. É um cenário de guerra. Por isso falamos em narcoterrorismo: não é apenas tráfico, é uma estrutura que desafia o Estado e a soberania”, afirmou.

A Operação
A operação mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar. De acordo com balanço oficial, 121 pessoas morreram — 117 suspeitos e quatro policiais — e 113 foram presas, entre elas 33 de outros estados.
Foram apreendidas 120 armas, sendo 93 fuzis, o maior número em um único dia na história do Rio, segundo a corporação. O prejuízo ao crime organizado é estimado em R$ 12,8 milhões.
Um levantamento da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) indica que parte do arsenal tem origem em países como Venezuela, Argentina, Peru, Bélgica, Rússia, Alemanha e Brasil. Há ainda armas desviadas das Forças Armadas e fuzis montados com peças contrabandeadas e outras adquiridas pela internet.
O material foi encaminhado para perícia, e os dados sobre o armamento serão compartilhados com o Exército para rastrear a origem das armas apreendidas.
*Com informações da assessoria











