Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – No Brasil, um momento repleto de afeto e reconhecimento marca o segundo domingo de agosto. Este ano, no dia 13, o país celebra o Dia dos Pais, um dia que preenche o calendário com gratidão para honrar uma das figuras mais essenciais na vida das pessoas: os pais.
É uma ocasião especial dedicada a enaltecer e valorizar o papel fundamental desempenhado por eles, uma oportunidade de expressar carinho, relembrar momentos especiais e refletir sobre a relevância das conexões familiares.
Historicamente, os papéis paternos eram frequentemente definidos de forma restrita, com os pais sendo vistos principalmente como provedores financeiros e figuras de autoridade. No entanto, ao longo das últimas décadas, houve mudanças significativas na maneira como os pais são percebidos e como eles se envolvem na criação e educação dos filhos.
“O papel do pai no desenvolvimento socioemocional da criança inicia no apoio moral e emocional da mãe na gestação, e é através da constituição familiar que estabelecemos nosso papel no mundo. Ser pai não se resume a responsabilidade financeira, um pai presente proporciona a estabilidade emocional da criança, e sentir-se seguro é o que não nos tornará um adulto dependente emocionalmente”
Deborah Pacheco, psicóloga
O Dia dos Pais vai além de simplesmente presentear; é uma chance de realçar a importância da figura paterna. Pais assumem papéis cruciais na formação de seus filhos, sendo orientadores, provedores e fontes inesgotáveis de apoio emocional. Nesse dia especial, as demonstrações de amor e carinho transbordam, destacando a dedicação incansável que os pais oferecem.
Ligação eterna
Os pais que se dedicam a estar presentes, envolvidos e atentos aos seus filhos estão investindo não apenas no desenvolvimento individual deles, mas também na construção de uma ligação eterna.
Um exemplo inspirador é o do jornalista e radialista Cristóvão Nonato, que optou por deixar um emprego para dedicar mais tempo ao seu filho. Ele relembra essa decisão com satisfação, explicando como isso influenciou positivamente a vida do seu filho.
“Já tomei a decisão de abrir mão de um dos empregos pra poder levá-lo pra brincar e jogar bola depois de pegá-lo na escola. Até hoje acho que foi um dos melhores investimentos que fiz na vida porque ele tomou gosto pelo futebol e academia de ginástica; cresceu forte e saudável. Hoje está com 21 anos, fazendo duas faculdades e trabalhando”, compartilhou o radialista.
Desde cedo, ele fez questão de participar ativamente das festinhas da escola, dos aniversários e até das atividades de futebol de seu filho. Essa presença constante fortaleceu os laços entre pai e filho, criando memórias especiais para ambos. Essa conexão permanece até os dias de hoje, e Cristóvão destaca a amizade que compartilha com seu filho.
“Somos muito próximos atualmente, e continuamos conversando sobre futebol e outros esportes; assistimos jogos pela televisão juntos. Só não temos mais jogado juntos, mas ele joga toda semana com os colegas de trabalho. Conversamos também sobre política, namoro e carreira profissional. Somos bons amigos, apesar de puxar a orelha dele quando precisa, mas sempre com muita compreensão”, disse Cristóvão.
No Dia dos Pais, assim como todos os dias, celebramos a importância desses pilares familiares que moldam vidas e constroem conexões eternas.
Formação de valores
Luiz Gustavo, filho de Cristóvão, realça a importância da presença paterna na formação de seus valores:
“Falar sobre meu pai é algo que me toca profundamente. Se hoje busco a evolução pessoal, profissional e aprimoramento como filho, muito se deve à criação e à presença constante que ele teve em minha vida, desde sempre. Se hoje eu me considero alguém íntegro e com bons valores, é devido a atenção e pela presença dele em toda a minha vida”, contou Luiz.
A história de Luiz Gustavo destaca a importância da presença paterna, não apenas como provedor material, mas como um guia emocional e exemplo, moldando o caminho de crescimento e amadurecimento. A figura do pai permanece como um farol que ilumina o caminho dos filhos, oferecendo segurança, apoio e amor incondicional ao longo de suas jornadas de vida.
“As minhas memórias com o meu pai são desde quando eu era muito criança. Lembro-me que quando tinha cerca de 10 anos, ele abria mão de um turno de trabalho para me buscar na escola e irmos jogar bola. Íamos muito ao CSU do Parque Dez, mesmo morando um pouco distante. Ele me levava até lá, buscava na escola e já trazia minhas roupas para o jogo. Naquela época, tudo isso parecia normal, pois acreditava que era assim para todo mundo na infância. Hoje, ao amadurecer, consigo perceber o quão incrível e extraordinário meu pai foi em todos os sentidos”, disse Luiz Gustavo.
Importância emocional
Na trajetória de um indivíduo, a figura paterna assume um protagonismo importante, marcando presença não apenas nos momentos felizes, mas também nos desafios da vida, proporcionando segurança e apoio inabalável. O papel do pai se mantém como uma peça-chave, exercendo uma influência abrangente e marcante no processo de formação.
A complexidade do desenvolvimento infantil não segue um caminho linear, e nesse percurso, a presença paterna se revela importante para guiar e atender às diversas dimensões desse processo evolutivo.
De acordo com a especialista, essa influência paterna exerce um papel decisivo na formação de uma série de traços emocionais durante o desenvolvimento das crianças.
“Para os meninos, o pai figura como o modelo de caráter e comportamento a ser seguido, enquanto para as meninas, ele é o mestre que ensina autotranscedência e segurança emocional. Filhos que crescem sob o amor paterno não se contentarão com migalhas emocionais”
Deborah Pacheco, psicóloga
Nos tempos atuais, os pais desempenham uma função bem além do papel de provedores financeiros, erguendo-se como parceiros ativos na jornada de criação dos filhos. Eles compartilham responsabilidades com as mães, contribuindo para a educação, o desenvolvimento emocional e o bem-estar geral das crianças.
