Letícia Rolim – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O terceiro dia de julgamento do caso da chacina do Grande Vitória, que ocorreu nesta quarta-feira, 3/4, no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, zona Sul da cidade, foi marcado por um embate entre o juiz Eliezer Fernandes Júnior e a advogada Marta Gonzales, representante de quatro dos sete policiais militares réus no caso.
A discussão teve início durante uma coletiva de imprensa, na qual o juiz Fernandes destacou o direito dos réus de permanecerem em silêncio e ressaltou que isso não prejudicaria sua defesa.
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“O réu pode responder ou não, ele tem esse benefício e isto não vai prejudicar a defesa deles, é um momento que eles têm pra explicar e melhorar essa defesa”, disse Eliezer.
No entanto, Marta Gonzales retrucou, sugerindo que o motivo do silêncio de seus clientes era devido ao inquérito mal instruído desde o início.
“Eu só estou justificando o porquê meus clientes não foram ouvidos”, disse a doutora, que em seguida foi interrompida pelo juiz.
O juiz interveio, negando a afirmação da advogada e reiterando que não era momento para debates sobre o mérito do julgamento. A discussão esquentou, levando o juiz a se retirar do local. Em seguida, a advogada expressou sua indignação, declarando: “É assim que funciona a nossa justiça.”
Testemunhas de defesa e acusação já foram ouvidas, assim como os réus, que optaram pelo silêncio. A sentença pode ser proferida até à noite de hoje.
O caso
O crime ocorreu no dia 29 de outubro de 2016, durante uma abordagem policial, na comunidade Grande Vitória, bairro Gilberto Mestrinho, zona Leste de Manaus.
Os réus respondem por homicídio triplamente qualificado, cometidos contra as vítimas Alex Júlio Roque de Melo, 25, Rita de Cássia da Silva, 19 e Weverton Marinho Gonçalves, 20.