Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O arcebispo metropolitano de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner, lamentou a morte do Papa Francisco, ocorrida na madrugada desta segunda-feira, 21/4, no Vaticano. Nomeado por Francisco como o primeiro cardeal da Amazônia em 2022, Steiner destacou o legado do pontífice com palavras de gratidão.
“O sentimento de minha parte é de gratidão. Tivemos um grande Papa, preocupado com os pobres, com a misericórdia de Deus, e desejando que o Evangelho fosse sempre motivo de esperança para todos”, afirmou.
“Sentimos sua partida porque não teremos mais seu sorriso, seu bom humor — e agora tudo isso precisaremos integrar, aos poucos, em nossos corações”, frisou o arcebispo.
Transformações na Igreja
Steiner também ressaltou o papel transformador do Papa Francisco na Igreja Católica, destacando sua postura frente a temas sensíveis.
“Foi um Papa que ajudou a Igreja a olhar para frente. Colocou ordem na economia do Vaticano, enfrentou com coragem os casos de abuso sexual e sempre se importou com o bem de todos”, disse.
“Fez com que cada pessoa se sentisse amada e pertencente à Igreja”, acrescentou o Cardeal.
Papa da Amazônia
O cardeal recordou ainda o carinho especial que Francisco demonstrava pela Amazônia e seus povos.
“Sempre que nos encontrávamos, ele perguntava: ‘Como vai nossa querida Amazônia?’”, contou.
“Durante a pandemia, chegou a ligar para saber como estávamos enfrentando a Covid-19. Tinha uma preocupação sincera com as pessoas daqui, com os povos originários, os pobres e com o cuidado com a criação”, recordou Leonardo.
Segundo Steiner, a atuação de Francisco foi decisiva para despertar o olhar do mundo para a importância da região amazônica.
“Ele sabia da riqueza da cultura amazônica, da sua espiritualidade, e da importância da região para o planeta, inclusive por fornecer oxigênio ao meio ambiente”, ressaltou.
“Reconhecia que aqui, há anos, já se busca viver uma Igreja Sinodal, em que todos participam. Francisco era um grande entusiasta da sinodalidade, esse ‘caminhar juntos’ que tanto promoveu.”
Ao final, o arcebispo pediu orações pela alma do pontífice.
“Que Deus o acolha junto d’Ele. Rezemos com carinho por esse homem que tanto nos ensinou a amar e cuidar uns dos outros”, finalizou Steiner.