Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alinhou com a cúpula do PL uma estratégia para lançar 27 candidatos ao Senado nas eleições de 2026, um em cada estado, todos concorrendo com o número 222. Apesar de o partido já ter a maior bancada no Senado, com 14 parlamentares, a meta é ampliar a influência no Congresso e se aproximar da maioria na Casa, replicando a força que a oposição já possui na Câmara, onde o governo Lula enfrenta maior resistência.
Atualmente, na região Norte, apenas um senador pertence ao PL: Marcos Rogério, de Rondônia. Com isso, o partido deve priorizar candidaturas estratégicas na região, incluindo o Amazonas. As especulações apontam para o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), que disputou a Prefeitura de Manaus em 2024 e chegou ao segundo turno com forte apoio de Bolsonaro. A projeção do parlamentar como figura de confiança do ex-presidente fortalece seu nome para a corrida ao Senado.
Encontro com parlamentares e coesão na oposição
Bolsonaro discutiu essa estratégia durante reunião com a bancada do PL neste sábado, 1º/2. No encontro com deputados e senadores, ele também pediu unidade no apoio a Hugo Motta para a Câmara e a Davi Alcolumbre, já eleito presidente do Senado.
“Fico muito feliz com o rumo que o partido está tomando. A grande maioria entendeu no momento que nós vamos crescer, seremos mais fortes ainda nas eleições no ano que vem. Não é por mim, é por nós. Se eu fosse pensar em mim, estaria fora do Brasil, mas jamais vou abandonar o nosso país”, afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente enfatizou a importância de ocupar espaços estratégicos no Congresso para fortalecer a oposição e impedir avanços do governo Lula. Ele alertou que, sem presença em comissões-chave, os parlamentares poderiam ser responsabilizados pela aprovação de projetos do Executivo.
A pressão de apoiadores nas redes sociais por votos em Marcos Pontes (PL-SP) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) também foi abordada durante a reunião.
Comparação entre governos
Bolsonaro defendeu que o PL e seus aliados devem reforçar a comparação entre sua gestão e a do presidente Lula.
“Nós temos muito o que falar do nosso governo, temos que mostrar o que aconteceu entre 2019 e 2022 e fazer comparações”, disse o ex-presidente.
Ele citou a crise do PIX como um exemplo de “choque” para o governo atual, lembrando que o sistema foi criado durante seu mandato, em novembro de 2020.
“Se a facada, lá em Juiz de Fora, fosse fatal, o Haddad seria o presidente da República. E eu acho que a gente não estaria discutindo nada. É igual o pessoal do Pix, que foi um choque para o atual governo, mas algumas pessoas não falaram quando nasceu o Pix, que foi no governo de 2020, em plena pandemia”, declarou Bolsonaro.
O ex-presidente também destacou que sua equipe trabalhou para desregulamentar a economia, reduzir impostos e desburocratizar processos.