Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Movimentos sociais e integrantes da sociedade civil realizam, neste sábado, 25/10, às 9h, um ato público contra a ampliação do “lixão” da capital amazonense, localizado na rodovia AM-010. A manifestação, organizada pelo Projeto Jaraqui, acontece na Praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia), no Centro da capital.
O protesto é uma reação à decisão da Prefeitura de construir um novo aterro sanitário no mesmo local do atual, que já opera no limite da capacidade.
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Os organizadores afirmam que a ampliação representa risco à saúde pública e ao meio ambiente, além de falta de transparência no processo de licenciamento.
Segundo os organizadores, o ato pretende chamar a atenção para os riscos ambientais e sociais da ampliação do aterro. O professor Ademir Ramos, coordenador do Núcleo de Cultura Política da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e integrante do Projeto Jaraqui, afirmou que a decisão da Prefeitura é “perigosa e pouco transparente”.
“O aterro sanitário de Manaus é uma bomba, uma panela de pressão. Agora com essas chuvas, a pressão pode aumentar cada vez mais. Estamos convidando você em particular a participar conosco do ato do sábado. Quem ama cuida”, afirmou o professor em vídeo divulgado nas redes sociais.
Além do protesto, o evento também vai celebrar os 356 anos de Manaus, com rodas de conversa sobre sustentabilidade urbana e uma feira de empreendedores locais.
Entenda o caso
O aterro sanitário é administrado pela Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) e está sendo ampliado após um acordo mediado pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), envolvendo o Ministério Público do Estado (MPAM) e a Prefeitura de Manaus. O entendimento foi firmado após o antigo aterro atingir o limite de sua capacidade e precisar ser encerrado.
De acordo com a Prefeitura, o novo espaço terá prazo de funcionamento até 2028. O projeto prevê a construção de quatro núcleos operacionais, com 50 mil metros quadrados cada, totalizando 20 hectares.
A gestão municipal afirma que o local está sendo construído com sistemas de drenagem, contenção, impermeabilização, reaproveitamento energético e tratamento de efluentes, em conformidade com normas ambientais.
Críticas e preocupações
Apesar das garantias técnicas, o Projeto Jaraqui e ambientalistas locais alegam que a obra fere princípios de transparência e não apresenta estudos de impacto ambiental detalhados. Segundo eles, a ampliação representa um risco para mananciais e comunidades vizinhas.
Os organizadores esperam reunir movimentos sociais, pesquisadores e moradores no ato de sábado, reforçando o apelo por soluções mais sustentáveis para o destino final dos resíduos sólidos da capital.











