Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Nesta quinta-feira, 2/4, ocorreu a posse da nova diretoria da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil, Coordenadoria Amazonas, para o biênio (2024/2026). A escritora Sílvia Grijó assume a presidência da AJEB -AM. Para abrir os trabalhos literários em 2024, a associação relembrou as obras da poetisa amazonense Violeta Branca e realizou o ‘Sarau da AJEB Amazonas’ em homenagem ao poeta Thiago de Mello.
A AJEB é uma associação sem fins lucrativos, apolítica e com o enfoque na fomentação literária, além de promover eventos para compartilhar conhecimento, experiências e discussões sobre diversos assuntos voltados ao jornalismo, palestras, oficinas e lançamento de coletâneas. Atualmente a associação possui 45 integrantes e mais oito tomaram posse.
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Em âmbito nacional, foi criada em 8 de abril de 1970, para ampliar a participação da mulher no espaço editorial e literário, difundindo o pensamento feminino na sociedade. O lema da entidade é: “A perenidade do pensamento pela palavra” e nacionalmente é conduzida pela jornalista Renata Dal-Bó.
Atualmente, a Associação tem uma representante na diretoria nacional é a escritora Kátia Colares Ribeiro, que está como segunda diretora de publicação do país. Ela foi fundadora da AJEB no Amazonas e a primeira presidente da associação estadual.
Posse
Na cerimônia de posse as associadas receberam diploma e colar com o medalhão da associação. A diretoria de comunicação ficou com Erica Lima. A advogada Nancy Segadilha assumiu a diretoria de inclusão. Na diretoria de mídias está a atual vice-presidente da AJEB-AM, jornalista Arthemisa Gadelha. Na diretoria de eventos e cultura está a jornalista Rebeca Beatriz.
Já na diretoria de cerimonial tomou posse a jornalista Juciana Vasconcelos; a diretoria de meio ambiente e sustentabilidade ficou com a jornalista Debora Holanda; a diretoria de ação social com a atividade da publicitária foi para Amanda Vieitas; e na diretoria da juventude, assumiu a jornalista Letícia Barbosa.
Também tomaram posse as escritoras Ecila Lira de Lima Mabelini, doutora em Letras pela USP, e Etelvina Garcia, jornalista, historiadora e escritora, além das jornalistas: Ana Patrícia Vasconcelos, professora do curso de comunicação social; Carolina França, repórter e apresentadora da Rede Amazônica; Carolina Queiroz, repórter da CNN Brasil; Izabel Santos, mestranda no programa de pós-graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Suelen Melo.
Homenagem
Durante o ‘Sarau da AJEB Amazonas’, Thiago de Mello, um dos poetas amazonenses mais influentes e reconhecido internacionalmente foi homenageado. O Portal RIOS DE NOTÍCIAS conversou com a filha dele, Isabella Thiago de Mello, que ficou honrada com o reconhecimento e falou sobre a futura sede do Instituto que vai ter o nome do pai.
“A prefeitura nos concedeu um casarão aqui em Manaus para ser a sede do Instituto Thiago de Mello. Estou aqui em plena captação de recursos para o museu do poeta Thiago de Mello. Será, uma casa no centro histórico, aquele típico casarão do Ciclo da Borracha, bem pertinho do Rio Negro. O papai está contentíssimo, né, gente?”
Isabella Thiago de Mello, filha do homenageado
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O poeta viveu 95 anos e partiu no dia 14 de janeiro de 2022. Entre as obras mais famosas destacam se “Faz escuro mas eu canto”, de 1965, e “Estatutos do homem”, de 1977, lembradas durante o Sarau.
Isabella Thiago de Mello falou sobre os projetos culturais do pai, entre eles, lançamento de livros, documentários e sobre o tombamento das casas de Thiago de Mello, em Barreirinha, interior do Amazonas.
“Em 2013, nós iniciamos um processo de tombamento, de proteção dessas casas porque tombamento é o sinônimo de proteger para que as futuras gerações herdem esse patrimônio. É isso que diz a lei. Não só a arquitetura deve ser preservada, mas principalmente a história de quem viveu ali. Então é mais que isso, é uma construção que mostra para uma criança ribeirinha que apesar de estar nos confins da Amazônia, ela pode estudar, e uma vez estudando, ela pode se tornar um Thiago também, assim como todos nós” frisou a filha.
Poesia feminina
Violeta Branca nasceu em Manaus, no dia 15 de setembro de 1915. Publicou o primeiro livro de poesia aos 19 anos, “Ritmos de Inquieta Alegria” (1935). A obra foi considerada por críticos com traços modernistas (o livro foi relançado em 1998 com a coleção Resgate, pela Editora Valer). Em 1937, a escritora se muda para o Rio de Janeiro, após o casamento. Apesar da mudança, continuou publicando os poemas em revistas e jornais locais e do Sul do país. Em 1982, publicou o segundo livro “Reencontros – Poemas de Ontem e de Hoje”.
Violeta Branca faleceu no Rio de Janeiro, no dia 7 de outubro de 2000. Entre os escritores que relembraram as obras da poetisa, a escritora Carmen Novoa Silva, amiga pessoal de Violeta, lançou em 2010 o livro “O poetismo de vanguarda”.
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A poetisa amazonense, Violeta Branca Menescal de Vasconcellos foi a primeira mulher a ingressar na Academia Amazonense de Letras, em 1937. Ela é uma das primeiras poetizas do modernismo. Durante muitos anos, representou a AAL na Federação das Academias de Letras do Brasil, no Rio de Janeiro, onde residia.
Violeta é pioneira no Amazonas, quando se trata da produção da poesia feminina na década de 30, e devido a essa importância para a história literária regional, a poetisa foi escolhida pela AJEB-AM, como patrona da instituição.
“Além de patrona da nossa associação, Violeta Branca tem uma importância grandiosa para a literatura amazonense. A obra dela nasceu numa época em que as produções literárias eram dominadas por homens. Violeta se tornou um marco na cultura literária regional, dando voz a tantas mulheres, para que hoje pudéssemos estar aqui, falando inclusive do legado deixado por essa grande poetisa”, relata a presidente da AJEB Amazonas, Sílvia Grijó.
*Com informações da Assessoria