Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – No próximo dia 7 de julho, após mais de uma década de espera, a família de Viviane Costa de Castro — jovem assassinada em 2013, supostamente a mando do ex-companheiro e pai de sua filha caçula — voltará ao Fórum Ministro Henoch Reis para assistir à retomada do julgamento dos acusados pelo crime.
No último dia 22 de maio, data que marcou os 12 anos do assassinato, o júri chegou a ser iniciado por volta das 10h, na 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus. No entanto, a sessão foi adiada após a defesa do réu Francisco Almeida apresentar um atestado médico que comprovava resultado positivo para Covid-19, com recomendação de afastamento por sete dias.
Mesmo diante do documento, o juiz responsável pelo caso indeferiu o pedido de adiamento, com base no artigo 457, §2º do Código de Processo Penal, que permite o prosseguimento do julgamento mesmo sem a presença física do réu, desde que ele esteja representado adequadamente. A participação de Francisco por videoconferência chegou a ser autorizada, mas o impasse não terminou aí.
Durante a sessão, a defesa de Alesson Mota — ex-companheiro de Viviane e apontado como mandante do crime — se retirou do plenário, alegando prejuízo à sua estratégia de defesa diante da ausência do co-réu. Alesson recusou ser representado por defensor dativo ou pela Defensoria Pública, o que obrigou o juiz a adiar o julgamento para evitar futuras nulidades processuais e assegurar o direito à defesa técnica plena.
Relembre o caso
Viviane Costa de Castro foi assassinada em 23 de maio de 2013, aos 36 anos. Ela deixou duas filhas: uma de apenas dois anos e outra de 15, à época do crime. De acordo com a denúncia do Ministério Público, o homicídio foi cometido por motivo torpe e de forma premeditada. Viviane foi executada dentro do próprio carro, enquanto aguardava o semáforo abrir — sem chance de defesa.
Um dos acusados é seu ex-companheiro e pai da filha mais nova, apontado como mandante do crime. A execução teria sido realizada por comparsas contratados.
Um novo capítulo na busca por justiça
Para a família da vítima, o novo adiamento em maio representou mais um doloroso revés. “Justamente no dia em que completamos 12 anos do assassinato da minha filha, tivemos que sair do fórum mais uma vez sem resposta. É doloroso demais”, desabafou Joana da Graça da Costa Souza, mãe de Viviane.