Gabriel Lopes e Jéssica Lacerda – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Caprichoso e Garantido disputam muito mais que um título: lutam pela devoção de torcedores que vivem essa paixão intensamente, transmitida de geração em geração. Fora do Bumbódromo, surgem histórias entrelaçadas pela emoção, orgulho e tradição, como as das famílias Moraes e Seabra.
De um lado, os Moraes vestem azul com fervor, declaradamente apaixonados pelo BoiCaprichoso. Do outro, os Seabra mantêm viva a chama encarnada do Garantido. Apesar da rivalidade histórica, o que une essas famílias vai além das cores: é o amor incondicional pelo Festival Folclórico de Parintins.
Para elas, o maior espetáculo a céu aberto do mundo não é apenas um evento anual — é um capítulo permanente em suas vidas. O Portal RIOS DE NOTÍCIAS conversou com os representantes dessas histórias de dedicação e afeto aos protagonistas da festa.
Família Moraes
Na família Moraes, a paixão pelo Caprichoso atravessa gerações e se fortalece a cada batida da Marujada de Guerra. Desde 1990, esse sentimento se tornou parte da identidade familiar, transformando-se não apenas em admiração, mas em um verdadeiro propósito de vida.
“São 35 anos que estamos envolvidos com o Boi, amando e contribuindo com o Movimento Marujada desde 2007. Hoje somos voluntários. É um amor muito intenso”, contou Sebastião Lima.

O engajamento é coletivo: Vitorhugo, filho do casal, é mestre da Marujada há mais de 15 anos e lidera os ensaios em Manaus, mantendo viva a batida que ecoa no Bumbódromo. As filhas também participam ativamente, reforçando a união em torno do bumbá.
“É muito gratificante fazer parte do Caprichoso. Não fui eu que escolhi; ele me escolheu, em 1990, quando fomos a Parintins. Desde então, nos dedicamos, seja na torcida ou no Movimento Marujada. Amo de paixão meu Boi”, afirmou Nilta Moraes.
Família Seabra
Já a família Seabra carrega a paixão pelo Garantido há décadas, renovando-se a cada nova geração. Frequentadores assíduos dos eventos da nação vermelha e branca, eles não apenas acompanham o Festival — vivem cada detalhe com entusiasmo.

“Temos essa tradição há uns 30 anos. Desde crianças, sentimos essa paixão. Quando nascem os novos perrechézinhos, levamos para oGarantidotambém. Fui com meus avós e, hoje, seguimos passando de geração em geração. O número de perrechés Seabra só cresce”, relatou Camila Seabra.
Presentes em todos os eventos, eles mantêm vivo o legado familiar, garantindo que a chama encarnada continue acesa em cada passo, seja no curral, na arquibancada ou na arena. Para eles, o Festival de Parintins é mais que folclore: é identidade e pertencimento.
“A gente organiza tudo: horário, roupa, cocar, bermuda, para ficar tudo característico do nosso Boi”, disse Sara Seabra. “Nossos looks no Festival sempre têm LED, que a galera já associa com a gente. Vem aí mais uma produção iluminada”, completou Marcela Seabra.