Elen Viana – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Entre os biomas atingidos pelo fogo no Brasil neste primeiro semestre do ano, a Amazônia registrou a segunda maior área de queimadas, com 419.169 hectares afetados. Em comparação entre os estados, o Amazonas ficou em terceiro lugar, atrás do Mato Grosso, que ficou em primeiro, seguido por Tocantins.
Segundo dados do levantamento realizado pelo MapBiomas, o Cerrado foi o bioma mais atingido pelas chamas, com 685.155 hectares queimados, representando 48% do total e dobrando em relação ao mesmo período de 2023.
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A maior parte das queimadas ocorreu em áreas de vegetação natural, correspondendo a 72% dos casos registrados. O pesquisador do Instituto de Pesquisa da Amazônia (IPAM) e responsável pelo mapeamento da Amazônia no Monitor do Fogo, Felipe Martenexen, explica que as condições ambientais na região favorecem a propagação das queimadas.
“No início de 2024, observamos uma concentração significativa de incêndios na Amazônia, especialmente nas áreas de vegetação campestre. Essa parte do bioma, diferentemente do restante, enfrenta um período de seca nos primeiros meses do ano. Esse fenômeno foi intensificado pelas condições climáticas mais secas resultantes do El Niño”, afirma Felipe.
Recordes de área queimada em junho
Em junho, 1,1 milhão de hectares foram queimados no país – um número 103% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (560 mil hectares a mais). Desse total, 81% da área queimada foi em vegetação nativa, sendo a maioria em formações campestres (46%).
Nas áreas de uso agropecuário, 11% das áreas atingidas pelas chamas em junho foram pastagens destinadas à criação de gado.