Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O adolescente de 17 anos que confessou ter matado e esquartejado os irmãos Emanoel Oliveira Araújo, de cinco anos, e Edison Oliveira Araújo, de dois anos, segue em internação provisória no município de Parintins, a 369 quilômetros de Manaus.
O crime, que ocorreu na manhã de quinta-feira, 9/10, na comunidade Boa Vista, no qual vive o povo Sateré-Mawé, zona rural de Barreirinha, continua sendo investigado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) e Ministério Público do Amazonas (MPAM).
Segundo a polícia, o jovem foi detido por um agente comunitário indígena logo após o crime e entregue à Polícia Militar e à 42ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Barreirinha. Ele teria cometido o ato infracional sob efeito de drogas.
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Confissão e apreensão
Em um vídeo gravado no momento da apreensão, o adolescente admitiu o duplo homicídio e afirmou que agiu sob ameaça de um tio, identificado apenas como Valdecir.
“Foi meu tio Valdecir. Ele me ameaçou, tinha raiva de nós. Ele estava com uma espingarda e um terçado e disse que, se eu não matasse eles, iria me matar”, declarou o jovem.
As circunstâncias da confissão e a possível participação de terceiros estão sendo apuradas pela Polícia Civil. O adolescente foi transferido para Parintins ainda na noite de quinta-feira, por volta das 22h40, onde permanece sob acompanhamento socioeducativo.
Corpos são velados em comunidade
Os corpos das crianças indígenas assassinadas foram levados de volta à Aldeia Castanhal nesta sexta-feira, 10, território da etnia Sateré-Mawé, no município de Barreirinha, a 331 quilômetros a Leste da capital.
Antes disso, as vítimas passaram por perícia ainda em Parintins, onde foram encaminhadas ao Instituto Médico Legal (IML) para os procedimentos necessários.

Imagens compartilhadas em aplicativos de mensagens mostram dois caixões apoiados sobre cadeiras, cercados por algumas pessoas da comunidade, registrando o momento de comoção que marcou o retorno delas ao seu território.
MP confirma processo e acompanhamento
Em nota enviada ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) informou que há um processo judicial em andamento relacionado ao caso, com determinação de acompanhamento por órgãos federais ligados à proteção dos povos indígenas.
“O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), representado pela promotora Anne Caroline Amaral de Lima, titular da Promotoria de Justiça de Barreirinha, informa que já há processo em andamento por iniciativa do órgão, com determinação judicial de intervenção da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) e da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai). Mais detalhes não podem ser compartilhados, pois o processo corre em segredo de Justiça.”
Ministério Público do Amazonas
Por determinação legal, o nome do adolescente não pode ser divulgado, em razão de ser menor de idade. A REPORTAGEM buscou a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) para mais atualizações sobre o caso, e aguarda retorno até o fechamento desta matéria.











