Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O vereador Rodrigo Guedes (PP) anunciou nesta segunda-feira, 31/3, o protocolo de um pedido de CPI dos Empréstimos na Câmara Municipal de Manaus (CMM) para apurar o destino de R$ 1,75 bilhão em financiamentos contraídos pela gestão do prefeito David Almeida (Avante) desde 2021.
A iniciativa surge após críticas à falta de transparência e resultados concretos dos recursos, que teriam sido destinados a obras de infraestrutura urbana, mas, segundo o parlamentar, não resolveram problemas crônicos da cidade, como alagamentos e mobilidade.
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‘Cadê o dinheiro?’
Em discurso na tribuna, Guedes destacou que as únicas obras entregues na capital foram fruto de convênios com o governo do Amazonas, citando exemplos como o Viaduto do Produtor, o Viaduto Márcio Souza e o Parque Gigantes da Floresta.
“As poucas obras que temos no município vieram de repasse do Estado. O prefeito mesmo admitiu: a Prefeitura não entrou com *prra nenhuma”, afirmou o vereador, referindo-se a uma declaração atribuída a Almeida em 2023.
O parlamentar também criticou a ineficiência no combate a alagamentos, mesmo após a Prefeitura receber R$ 137 milhões do governo federal em 2023 para dragagem de igarapés.
“E aí eu me pergunto: cadê esse dinheiro? O que foi feito com esse dinheiro? Depois de uma alagação dessas como a de ontem, a gente já se pergunta qual show o prefeito vai anunciar hoje para ver se faz aquela famosa política do pão e circo, disparou.
R$ 1,75 bilhão em empréstimos sob suspeita
Dados apurados pelo Portal Rios de Notícias mostram que os quatro empréstimos contraídos pela gestão Almeida entre 2021 e 2024 foram justificados como parte do Programa de Melhoria da Infraestrutura Urbana (Prominf), mas até hoje não tiveram prestação de contas detalhada.
- 2021: R$ 470 milhões (Banco do Brasil) – Destinados a saúde e mobilidade urbana.
- 2022: R$ 100 milhões (Caixa) – Prometiam “trânsito fluido” e lazer.
- 2023: R$ 600 milhões (Banco do Brasil) – Novamente vinculados ao Prominf.
- 2024: R$ 580 milhões (aprovado após polêmica na CMM) – Alvo de ação no TJAM por irregularidades na votação.
Pontos críticos:
- Obras prometidas nos projetos, como os viadutos da Djalma Batista (com a Av. Pará), Pedro Teixeira (em frente a Igreja Restauração) e a Praça da Bíblia não saíram do papel.
- O último empréstimo foi aprovado com base em mudança controversa da Procuradoria da CMM, que passou a considerar o Banco do Brasil como instituição pública para reduzir o quórum necessário.
Próximos passos
A CPI depende agora de assinaturas de pelo menos 14 vereadores para ser instalada. Caso aprovada, investigará:
- O destino real dos recursos;
- Possíveis superfaturamentos;
- Falta de transparência nos contratos.












