Caio Silva – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A capital amazonense chegou a marca de mais de um milhão de veículos registrados, de acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM).
Com uma população de 2, 279 milhões de habitantes, Manaus tem mais de 1.004.735 veículos automotores, desde abril deste ano. Os dados são referentes ao registro de carros, motos, caminhão e ônibus.

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Com 259.784 veículos nos municípios do interior, o Amazonas tem no total 1.264.519 veículos registrados em todo o estado. Entre os principais veículos, de acordo com os dados do Detran, tanto na capital quanto no interior, estão:
Automóvel
- Capital: 455.823
- Interior: 30.074
Motos
- Capital: 424.968
- Interior: 5.022
Caminhão
- Capital: 24.379
- Interior: 4.831
Ônibus
- Capital: 12.008
- Interior: 1.608
Transporte público perde espaço
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Transporte (CNT) feita em 2024 em parceria com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o transporte público perdeu espaço e os usuários preferem ter veículo próprio ou trafegar com motoristas de aplicativos.

O especialista em trânsito, Manoel Paiva, falou ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, que boa parte do público abandonou o transporte coletivo, em busca de um maior conforto.
“A qualidade do transporte coletivo urbano não tem oferecido nenhum atrativo operacional, financeiro e de serviços, que provoque a volta de mais de 30% da população cativa desse modal que abandonou esse serviço a partir da pandemia (2020/2021). Hoje a qualidade oferecida não oferece segurança, conforto, credibilidade ou confiança”, destaca Paiva.
O especialista apontou ainda que ter acesso a transporte próprio tem a ver com questão de necessidade. “O crescimento no número de veículos, especialmente das motocicletas, em 2024, aumento de +10,9%, (32.315 novas unidades), reflete na elevação da demanda por transporte individual, mais econômico, rápido e acessível, intensificando o trânsito e influenciando cada vez mais na qualidade e segurança dos deslocamentos diários das pessoas”, enfatiza.
A reportagem solicitou resposta do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) sobre a qualidade dos serviços de transporte público prestados pelo município e aguarda retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Engarrafamentos e transporte coletivo
Outra consequência direta do crescimento desordenado da frota de veículos são os engarrafamentos nos principais corredores viários da cidade.
“Os engarrafamentos provocam velocidade média nas vias em 12 Km/h, onde todo mundo, ônibus, caminhões, automóveis, motocicletas e bicicletas ficam juntos, misturados e parados. Isso provoca irritação, estresse, impaciência, nervosismo, acidentes, danos materiais, vítimas lesionadas e muitas mortes.“, endossa Paiva.
Nesse sentido, o especialista afirma que um transporte mais sustentável devia ser prioridade. “Temos que priorizar o transporte coletivo de pessoas, pois é mais seguro, mais barato, mais sustentável, mais amigável a nossa cidade, mais racional e muito mais inclusivo. Essa é a única saída, pois foi dessa maneira que todas as cidades do mundo, resolveram seus graves problemas de trânsito, adotando o modelo de mobilidade coletiva, integrada, sustentável, acessível e inclusiva”, evidencia o especialista.
Mortes no trânsito

De acordo com dados do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana, divulgados na última terça-feira, 27/5, Manaus já registrou cerca de 90 mortes no trânsito, entre 1º de janeiro e 20 de maio.
De acordo com o IMMU, os motociclistas de janeiro e abril foram as maiores vítimas (30 motociclistas). Esses motociclistas que perderam a vida no trânsito de Manaus equivalem a 41% do total de vítimas (73 vítimas).
Já o Amazonas é quinto estado do país com a maior taxa de mortes envolvendo acidentes com motocicletas, seguido de Tocantins (49,8%) e Rondônia (48,2%).












