Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Uma semana após apresentar um “cão-robô” como parte de entregas para reforçar a Guarda Municipal de Manaus, o prefeito David Almeida (Avante) divulgou um vídeo afirmando que o equipamento não foi comprado pela prefeitura, mas doado por um servidor. No entanto, não apresentou provas disso.
O equipamento exibido pela Prefeitura de Manaus em 2 de dezembro, durante a entrega de novos armamentos da Guarda Municipal, virou centro de uma série de versões contraditórias que geraram questionamentos públicos.
No evento, representantes da prefeitura afirmaram que o equipamento era um dispositivo eletrônico capaz de acessar áreas de difícil alcance e auxiliar agentes em situações de risco.
A justificativa, porém, foi desmentida dias depois pelo prefeito David Almeida (Avante), que declarou nas redes sociais, na terça-feira, 9/12, que o robô pertence ao filho de um servidor e foi apenas cedido para uma ação educativa da Guarda.
Segundo o prefeito, as críticas ao episódio seriam uma tentativa de “desviar o foco da maior entrega de equipamentos da história da Guarda Municipal”.
Mesmo assim, a gestão não esclareceu pontos básicos, como a existência de contrato, termo de cessão ou qualquer documento que formalize o uso de um bem particular, prática usual em casos que envolvem itens de alto valor.
O equipamento é conhecido comercialmente como Magic Dog Edu, produzido pela empresa Magic Lab, e voltado para uso educacional e técnico em escolas e centros de pesquisa. No varejo online, o modelo é encontrado por valores acima de R$ 117 mil.

A reportagem solicitou esclarecimentos oficiais à Prefeitura sobre a situação do cão-robô, se ele integra o patrimônio da Guarda Municipal, se será utilizado apenas em ações educativas ou também em atividades operacionais, e se existe um termo formal regulando sua utilização. Até o fechamento deste texto, a prefeitura não respondeu.
Repercussão e críticas
O episódio motivou críticas nas redes sociais. Um internauta reclamou da falta de atenção da gestão a problemas cotidianos, como buracos nas ruas, classificando o anúncio como “politicagem”. Outro ironizou a utilidade do robô diante da infraestrutura viária da capital: “O primeiro buraco que ele cair, não consegue sair mais”.
Houve quem apontasse risco de furto: “Tá mais fácil os vagabundos levarem ele”, escreveu um usuário.
Alguns questionaram a transparência sobre custos: “Quantos milhões foram desviados aí? Palhaçada!”.
Uma moradora resumiu a insatisfação chamando o prefeito de “prefeito maquiagem”, insinuando que a gestão investe em ações de impacto visual em vez de melhorias estruturais.












