Caio Silva – Rios de Notícias
TABATINGA (AM) – Os profissionais de enfermagem do município de Tabatinga, a 1.106 quilômetros de Manaus, anunciaram que entrarão em paralisação por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 25/9. O comunicado foi feito nas redes sociais da categoria na última terça-feira, 23/9.
O movimento ocorre em protesto contra o atraso no pagamento de salários e a falta de condições adequadas de trabalho. Segundo os profissionais, a categoria acumula três meses de salários atrasados e férias não pagas.
Durante a paralisação, será mantido o atendimento mínimo nas áreas de urgência e emergência, para garantir suporte a casos graves. Já os atendimentos eletivos e ambulatoriais serão suspensos ou reduzidos.
Entre as principais reivindicações, os trabalhadores destacam:
- pagamento imediato dos salários atrasados;
- respeito aos direitos trabalhistas;
- melhores condições de trabalho;
- valorização da categoria.
A paralisação deve impactar diretamente o atendimento na UPA de Tabatinga, que é referência na região. Há risco de colapso nos serviços de saúde, o que preocupa a população local e ribeirinha.
Moradores relataram indignação com a situação. “Muito trabalho e nenhum dinheiro na conta. É enfermagem por amor, mas esse povo também tem um monte de conta para pagar”, afirmou uma moradora da região.
Uma funcionária da área da saúde reforçou, em publicação nas redes sociais, que a paralisação não tem o objetivo de prejudicar a população. “Ninguém aguenta mais quatro meses sem salários. Meus colegas são verdadeiros heróis, mas infelizmente estão adoecendo por tanto descaso”, disse.
Pauta na Assembleia Legislativa
O tema foi levado à tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) pelo deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza), durante a sessão plenária desta terça-feira, 23/9.
O parlamentar criticou a ausência de posicionamento do Governo do Estado diante da crise. “Eu não quero que o pior se instale em Tabatinga, porque já não recebem há três meses. Técnicos, radiologistas e enfermeiros estão indo para o quarto mês sem pagamento”, afirmou.
Barreto também ressaltou que a UPA de Tabatinga é a única unidade hospitalar de média e alta complexidade do Alto Solimões, atendendo cerca de 100 mil pessoas. “Aqui nós temos a obrigação de fiscalizar, porque saúde é direito do cidadão”, completou.
Posicionamento
O Portal Rios de Notícias entrou em contato com a Prefeitura de Tabatinga e com a Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.












