Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O empresário e economista Rafael Belaúnde Llosa, pré-candidato à presidência do Peru, foi alvo de um ataque a tiros nesta terça-feira, 2/12, enquanto acompanhava atividades empresariais na região de Cerro Azul-Cañete, distrito localizado a cerca de 145 quilômetros ao sul de Lima.
O veículo de Belaúnde foi atingido por três disparos concentrados na parte frontal do lado do motorista. Apesar da violência do ataque, o pré-candidato saiu ileso, segundo informações da Polícia Nacional do Peru divulgadas pela emissora local RPP.
De acordo com o ex-primeiro-ministro Pedro Cateriano, do mesmo partido de Belaúnde, o candidato inspecionava um empreendimento como parte de suas atividades no setor privado no momento do atentado.
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Repercussão
O episódio causou forte repercussão política no país. O ex-ministro do Interior Gino Costa condenou o ataque em suas redes sociais e cobrou ação das autoridades. “As investigações devem apurar o motivo do crime e a justiça deve punir os responsáveis com rapidez e rigor”, afirmou Costa, que também responsabilizou o governo peruano por “garantir a segurança dos candidatos à presidência e pôr fim à violência eleitoral”.
Belaúnde é fundador e pré-candidato pelo partido Libertad Popular, criado em 2022 como alternativa às agremiações tradicionais. O partido se posiciona como uma opção liberal diante do cenário político marcado por escândalos de corrupção.
Ex-ministro de Energia e Minas em 2020, Belaúnde é neto do ex-presidente Fernando Belaúnde Terry, que governou o Peru de 1963 a 1968, quando foi deposto por um golpe militar. Nas pesquisas recentes, o pré-candidato tem registrado índices baixos de intenção de voto entre os postulantes ao pleito de 2026.
Cenário de instabilidade
O ataque ocorre em meio à grave crise política que o Peru atravessa há anos. O país teve sete presidentes nos últimos cinco anos. O último mandatário a completar o período integral de cinco anos foi Ollanta Humala, que deixou o cargo em 2016.
Atualmente, José Jerí ocupa a presidência desde outubro, após Dina Boluarte ser destituída pelo Parlamento. As eleições gerais estão marcadas para 12 de abril de 2026, quando os peruanos escolherão presidente, vice-presidente e parlamentares.












