Gabriela Brasil – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – É comum em todas as regiões do Brasil o uso de roupas brancas na virada de fim de ano. A vestimenta, tão única no país, faz parte da tradição nas festas de Réveillon, no dia 31 de dezembro, e surgiu a partir de manifestações religiosas.
Nas grandes sociedades antigas, conforme o historiador Aguinaldo Figueiredo a roupa branca já era usada em rituais, sendo considerada uma cor que representa a paz e pureza. Com origem na Europa, a festa de fim de ano se espalhou em todo o mundo com diferentes significados.
“Os romanos sempre as usavam no seu dia a dia, inclusive os gregos também nas suas representações sociais e culturais”, disse o historiador.
No Brasil, o uso da roupa branca surgiu a partir da tradição de religiões africanas como a Umbanda e o Candomblé. Ambas as religiões cultuam Iemanjá, mãe de todos os orixás e deusa dos mares com oferendas.
“O dia do Réveillon e da revelação também é o dia de manifestação da deusa dos mares, a Iemanjá, e todos usam as vestimentas brancas”, explicou o historiador.
No Candomblé, as oferendas à Iemanjá são feitas com o uso de roupas brancas. Aqueles que desejam alguma coisa precisam enviar oferendas à deusa dos oceanos, como bijuterias, perfumes e flores brancas.
Conforme a tradição, se a oferenda voltar do mar, o pedido foi negado. Mas se ele for levado pelas águas, Iemanjá aceitou o desejo.
A tradição teria iniciado no Rio de Janeiro, quando adeptos ao Candomblé faziam suas oferendas vestidos de branco. O hábito se espalhou na região e por todo o país.












