Vívian Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Em reportagem veiculada no programa Fantástico, da TV Globo, na noite de domingo, 9/6, foram revelados outros desdobramentos do caso Djidja. Em um deles, foi revelado que a polícia tentou resgatar Djidja Cardoso antes de sua morte.
Segundo a reportagem, isso ocorreu após a morte da avó de Djidja, Maria Venina, de 82 anos, quando a família denunciou à polícia que a ex-sinhazinha estava sendo mantida em cárcere privado. Eles queriam ajudá-la a se livrar das drogas e da seita comandada por sua mãe Cleusimar Cardoso.
Um vídeo exibido pela reportagem mostrou policiais dentro da casa da família, tentando convencer Djidja a sair, mas ela recusou.
O caso chamou atenção pelo envolvimento de Bruno Lima, ex-namorado de Djidja, em vários episódios envolvendo a família Cardoso e o uso de cetamina (ou ketamina). Ele também é apontado como integrante da seita “Pai, Mãe, Vida”, fundada por Cleusimar e seus filhos. O grupo utilizava cetamina para alcançar uma falsa plenitude espiritual.
Envolvimento na morte da avó de Djidja
Bruno Lima também é suspeito de envolvimento na morte da avó de Djidja, ocorrida em junho do ano passado em Parintins, a 369 quilômetros de Manaus. Parentes afirmam que Cleusimar, Djidja e Bruno aplicaram doses de anabolizantes na idosa durante um ritual da seita.
A denúncia detalha que durante o ritual, Cleusimar aplicou a injeção na mãe e a fez fumar maconha para meditação. Às 3h da manhã, Maria Venina sofreu um AVC, pediu ajuda à outra filha que dormia, mas caiu nos braços dela após reclamar de uma forte dor de cabeça.
Após a morte da mãe, uma irmã de Cleusimar enviou uma mensagem de áudio pedindo que ela parasse de usar drogas. “Cleuse, que sirva de lição, minha irmã. Pare de usar droga!”, dizia a mensagem.
Uma prima de Djidja falou que Cleusimar afirmava que tinha poderes para ressuscitar a mãe, o que aumentava a preocupação da família.
Bruno estava com Djidja no dia da sua morte
Outra revelação da reportagem foi que Bruno estava presente no dia da morte de Djidja. Um vídeo gravado na segunda-feira, 27 de maio, mostra Bruno pedindo que Djidja entregasse um frasco de cetamina.
Na madrugada seguinte, ele pediu que ela se deitasse. Djidja foi encontrada morta por Bruno em outro cômodo da casa na manhã seguinte.
Bruno e quadrilha presa
Na última sexta-feira, 7 de junho, Bruno Lima foi preso sob suspeita de integrar uma quadrilha que vendia cetamina e outros medicamentos restritos sem receita médica.
Além dele, outros quatro suspeitos foram detidos, incluindo Hatus Silveira, o falso personal trainer que prescrevia ilegalmente o uso de cetamina para a família de Djidja.
Na casa de Hatus, a polícia encontrou seringas e frascos de Potenay, um medicamento para fortalecimento de animais de grande porte, usado indevidamente para aumento de massa muscular.
A polícia afirma que Hatus indicava locais de compra de cetamina e Potenay para a família. Além disso, ele prescrevia ilegalmente os protocolos de uso desses medicamentos, contribuindo para o agravamento da situação.
Outros desdobramentos
Na semana passada, auditores fiscais do Ministério da Agricultura participaram de uma operação de fiscalização em clínicas veterinárias investigadas por venda ilegal de cetamina e outros medicamentos.
A polícia encontrou dezenas de frascos de cetamina nas clínicas, levando à prisão do empresário José Máximo Silva de Oliveira, apontado como responsável pelas clínicas.
As investigações também revelaram que parte significativa do dinheiro da rede de salões de beleza de Djidja, a Belle Femme, era usada para comprar cetamina.
Além disso, a família tinha planos de expandir os negócios, abrindo uma clínica veterinária para facilitar o acesso à droga, demonstrando a extensão da dependência química e das atividades ilegais envolvidas.












