Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Na comunidade Campos Sales, no bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus, os moradores convivem há mais de seis anos com uma rotina de abandono. Falta asfaltamento, o lixo se acumula, o mato cresce sem controle e bueiros seguem sem tampa. A rua Buriti (antiga avenida Plácido) é um retrato desse cenário: completamente deteriorada, enquanto o IPTU e outras cobranças chegam sempre em dia, como denunciam os moradores.
“Chega IPTU, IPVA, conta de água, de energia, cobrança da Receita Federal… tudo chega. Mas o asfalto, que é o principal, não. Cadê o nosso asfalto, prefeito?”, desabafa Cilene Coelho Tavares, 44 anos, que mora há 20 anos no local e exibe o carnê de IPTU no valor de R$ 437,61.


O açougueiro Cleocelino Jesus Mendes, 59, relata o drama diário.“É buraco pra todo lado, bueiro entupido e sem tampa. Nossas crianças não têm segurança nem para brincar. Aqui não vem Samu, não vem viatura, carro por aplicativo não aceita corrida. Eles sabem cobrar os impostos, mas fazer o serviço deles não fazem”, afirma.
Até o lazer das crianças é prejudicado. “Moro aqui há seis anos. Essa rua nunca viu asfalto. Meu filho, andando de bicicleta na lama, cortou o pé”, conta o autônomo Renato Vasconcelos.

Problema piora na chuva
Com a chegada das chuvas, a situação se agrava. “É lama e água entrando nas casas. Não tem bueiro suficiente, e os poucos que existem estão entupidos. Já é o segundo mandato do prefeito e essa rua nunca sai do papel. A gente vive aqui esquecido”, reforça Cleocelino.
Muitos moradores tentam soluções por conta própria. Cilene conta que já recorreu a vereadores e à Seminf. Algumas ruas do bairro receberam melhorias, mas a Buriti permaneceu de fora.

“Passei um mês pedindo. A gente liga para a Águas de Manaus e nada, porque os canos são velhos e vivem estourando. Carro não passa, o coletor de lixo não passa. Fui na Seminf, mas o asfalto não chega. É só um pedaço de rua, prefeito, não é a Ponta Negra inteira. Até comércio fechou — o salão e a taberna de uma vizinha — porque não tinha mais cliente. Não dá pra sobreviver assim”, lamenta.
Prejuízo ao comércio local
Renato Vasconcelos, de 35 anos, dono de uma lanchonete, também acumula prejuízos. Uma grande poça de lama se formou bem na entrada do seu comércio.
“Meu cliente não consegue chegar. Uma desistiu do pedido porque a rua estava intransitável. O caminhão do lixo parou de passar. Solicitamos asfaltamento à Seminf, mas nada. Na Ponta Negra tem pista de gelo; aqui, pista de lama. Se investissem um pouquinho aqui, já melhorava, e não só em época de eleição”, critica.


A indignação ecoa entre os moradores. Cleocelino Mendes reforça o sentimento de abandono.
“O prefeito só trabalha para os ricos. Nós, pobres, somos esquecidos. A área onde ele mora é plana, bonitinha, toda arrumada. Jogam dinheiro fora com pista de gelo, roda-gigante, empresas fantasmas, e a gente aqui, largado. Quem vota nele somos nós, não são as empresas fantasmas. Quando chega a eleição, sabem vir aqui pedir voto, mas depois somem. A prefeitura está sendo muito mal administrada pelo prefeito”, afirma.


Respostas das autoridades
O Portal Rios de Notícias entrou em contato com a Águas de Manaus, que informou, por meio de nota, que enviará uma equipe para verificar a situação e realizar as correções que forem de responsabilidade da concessionária.
A Prefeitura de Manaus também foi acionada para prestar esclarecimentos sobre o caso e o portal aguarda retorno dos órgãos competentes.












