Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O pontificado do Papa Francisco, iniciado em 2013, foi marcado por uma série de transformações profundas na Igreja Católica, com destaque para o compromisso com a inclusão, a misericórdia, o diálogo inter-religioso e a defesa dos mais vulneráveis.
Nesta segunda-feira, 21/4, o Portal RIOS DE NOTÍCIAS conversou com padres de diferentes paróquias de Manaus, que refletiram sobre o legado do Papa e a forma como ele transformou o papel da Igreja diante da sociedade contemporânea.
Segundo o padre Luiz Marculino, da Igreja Nossa Senhora das Graças, localizada no Beco do Macedo, o Papa Francisco foi um verdadeiro defensor da justiça social, da ecologia e do respeito às diversidades culturais e religiosas.

“Ele promoveu uma abertura ao diálogo inter-religioso e ecumênico, sempre com um olhar atento aos marginalizados e àqueles que sofrem. Sua encíclica Laudato si’ foi um marco, um chamado urgente à proteção do meio ambiente e ao enfrentamento das mudanças climáticas”, afirmou.
O sacerdote destacou ainda a atenção especial de Francisco à Amazônia e aos povos originários, além do esforço para reformar a Cúria Romana, buscando uma Igreja mais transparente e eficiente.
“Com o coração cheio de saudade, expressamos nossa profunda gratidão por seu pontificado. Sua presença, marcada pela misericórdia e proximidade, transformou a forma como a Igreja se relaciona com o mundo”, declarou Pe. Marculino. “Sua voz clamando por justiça e cuidado com a criação ecoará para sempre em nossos corações, inspirando-nos a sermos instrumentos de paz e esperança.”
Para o missionário redentorista Pe. Amarildo Luciano, do Santuário Nossa Senhora Aparecida, a simplicidade e a humanidade do Papa foram traços inesquecíveis.

“A certeza da morte entristece, mas a esperança da ressurreição nos consola. O Papa Francisco nunca se colocou acima de ninguém. Destaco sua pregação sobre a misericórdia e seus gestos concretos em favor dos mais simples. Ele nos deixa um legado de acolhimento e diálogo, inclusive com outras religiões”, pontuou.
Pe. Amarildo também lembrou que Francisco trabalhou incansavelmente pela unidade da fé e pela presença constante da Igreja junto aos pobres e marginalizados.
“A Igreja deve dialogar com as culturas e expressões de fé dos povos. E isso ele fez com coragem e sabedoria.”

Já o padre Agnaldo Gomes Batista, da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, na Zona Centro-Sul de Manaus, destacou o impacto duradouro do pontificado.
“Somente sendo cristão católico para entender este momento. Sinto tristeza pela partida, mas também gratidão por tudo o que o Papa fez pela Igreja. Seu legado já está marcado na história”, disse.
Ele também recordou a vinda do Papa Francisco ao Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2013. “Naquela ocasião, ele disse que não tinha ouro nem prata, mas trazia algo mais precioso: Jesus Cristo. E ele realmente cumpriu essa missão, sendo um exemplo de simplicidade e amor ao Evangelho até o fim”, finalizou.