Nayandra Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A dor da família da biomédica Giovana Ribeiro da Silva, de 29 anos, ganhou ainda mais visibilidade nesta quarta-feira, 25/6, após a irmã da vítima, Gisela Junqueira, publicar um vídeo nas redes sociais em que contesta a versão divulgada pela Prefeitura de Manaus sobre o caso. Grávida de sete meses, Giovana morreu após cair de moto com o marido em um buraco na avenida Djalma Batista, zona Centro-Sul da capital. A bebê que ela esperava também não resistiu.
No vídeo, Gisela nega que a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), tenha prestado qualquer tipo de assistência à família, como afirmou a administração municipal em nota divulgada após o acidente.
“A informação de que a Prefeitura, através da Seminf, estava prestando assistência à nossa família não é verdade. Nem a Seminf, nem a SES, nem o prefeito, ninguém, absolutamente ninguém procurou a minha mãe, o Vitor, meu padrasto, meus irmãos, ninguém. Tá, seu prefeito? Para, que tá feio. O senhor é safado, todo mundo já sabe. Para de mentir, para de ser omisso”, disse Gisela, indignada.
Desabafo comovente no velório
Durante o velório de Giovana e da bebê, realizado na última segunda-feira, 23, no bairro Monte das Oliveiras, zona Norte de Manaus, o esposo da vítima, João Vitor, fez um discurso emocionante e responsabilizou diretamente o prefeito David Almeida (Avante) pela tragédia.
“Ninguém nessa cidade é mais culpado do que o senhor, prefeito. O senhor vai ser pai. Imagina a dor que é se colocar no meu lugar?”, disse ele, em lágrimas, durante a cerimônia.
João ainda afirmou que a vida de Giovana e da bebê não pode ser tratada como “apenas mais uma estatística”.
“Não é mais uma vida, não é mais uma estatística, prefeito. Elas existiam. E agora o senhor me tirou isso. Aquilo ali é um crime exposto em via pública.”
O acidente
O casal trafegava de moto na noite de domingo, 22/6, pela avenida Djalma Batista quando passou por um buraco, perdeu o controle do veículo e caiu. Giovana, que estava na garupa, morreu ainda no local. A filha do casal também não resistiu.
A morte causou forte comoção em Manaus e evidenciou a precariedade da infraestrutura viária da capital.
Prefeitura culpa as chuvas
Em nota, a Prefeitura de Manaus atribuiu a abertura do buraco às fortes chuvas que atingem a cidade e informou que o reparo foi realizado na manhã seguinte ao acidente. A Secretaria Municipal de Infraestrutura alegou que o local já estava incluído no cronograma de manutenção desde o início do mês.
“A cidade enfrenta, há meses, as consequências de um dos períodos chuvosos mais rigorosos dos últimos anos”, justificou a Seminf.
A justificativa revoltou familiares, amigos e moradores, que cobram mais responsabilidade da gestão pública com a manutenção das vias e a segurança da população.
Protesto marcado
Em resposta à tragédia, um protesto foi convocado nas redes sociais para a próxima segunda-feira, 30 de junho, na avenida das Torres, nas proximidades da loja Havan. O ato cobra o impeachment do prefeito David Almeida e reforça críticas à gestão municipal.
“Até quando vamos continuar perdendo vidas por conta da má gestão e da omissão?”, diz a publicação que convoca o ato.
Além da Prefeitura, vereadores da base aliada também foram alvo de críticas, sob a acusação de falta de fiscalização e omissão diante dos problemas enfrentados pela cidade.
Sem reposta
A reportagem do Portal Rios de Notícias procurou a Prefeitura de Manaus para esclarecimentos sobre as declarações feitas por familiares da biomédica Giovana Ribeiro, que morreu após um acidente causado por um buraco na avenida Djalma Batista. Até o momento, não houve retorno. O espaço permanece aberto para manifestação.












