Gabriel Lopes – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação na Justiça Federal contra o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, por acesso considerado irregular a um relatório interno sobre a crise do oxigênio que atingiu a capital amazonense, em janeiro de 2021.
A informação foi revelada pelo jornal Folha de São Paulo neste domingo, 16/11. Conforme a reportagem, o documento produzido por técnicos da própria agência, detalhava falhas de coordenação entre órgãos federais durante o colapso sanitário que resultou na morte de dezenas de pacientes por asfixia.
Segundo o MPF, Corrêa teria acessado e mandado rastrear o relatório sem justificativa formal, o que violaria protocolos internos. A ação afirma que o diretor buscou identificar autores e destinatários do material, que circulava de forma restrita, e que tratava de responsabilidades de autoridades federais na condução da crise no Amazonas.
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De acordo com o jornal, o Ministério Público sustenta que a atitude pode configurar desvio de finalidade e interferência indevida em atividades de inteligência, especialmente porque o relatório apontava falhas operacionais de ministérios envolvidos no enfrentamento da pandemia no Estado.
Para os procuradores, o uso da estrutura da Abin para monitorar servidores que elaboraram análises técnicas fere princípios da administração pública e ameaça o caráter estratégico da agência. O caso reacende discussões sobre a atuação do governo federal durante o colapso de oxigênio em Manaus.

Na ocasião, hospitais ficaram sem abastecimento e famílias buscavam cilindros por conta própria. A tragédia, que ganhou repercussão mundial, ainda é alvo de investigações e processos que tentam esclarecer responsabilidades e omissões na cadeia de decisões que levaram ao desabastecimento.
A Justiça Federal vai analisar o pedido do MPF, que inclui determinações para que a Abin esclareça o uso de seus sistemas internos e para que o diretor-geral seja responsabilizado por eventual conduta irregular.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS solicitou posicionamento oficial da agência e aguarda resposta. O espaço segue aberto.












