Elen Viana – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A cheia no Amazonas já afeta diversos municípios, e motoristas estão se arriscando na travessia do trecho localizado no quilômetro 20, nas proximidades dos municípios de Humaitá e Apuí, da BR-230, conhecida como Transamazônica. A inundação interrompeu o tráfego de veículos no local.
Vídeos feitos na área mostram partes da BR-230 cobertas por água, com motoristas enfrentando a correnteza para seguir viagem. A rodovia está submersa, impedindo a circulação de veículos e afetando cerca de 70 mil pessoas.
Desde o dia 28 de março, a Prefeitura de Apuí publicou, no Diário Oficial dos Municípios, o Decreto nº 11, que declarou situação de emergência por 180 dias. A gestão afirma que a normalização do tráfego depende da contratação de balsas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para transportar mercadorias.
O prefeito de Apuí, Marcos Maciel (MDB), afirmou que está solicitando apoio do governo federal para ajudar no combate aos impactos da cheia do Rio Madeira e evitar o desabastecimento de itens essenciais à população do Sul do Amazonas.
“Apuí sofre as consequências por causa do isolamento da Transamazônica (BR-230), que é nosso único meio de acesso. Dependemos do DNIT para liberar balsas que irão trazer as carretas de Humaitá até Apuí. Isso é a nossa esperança de trazer alimentação para cá. Já chegou uma balsa, trazendo 12 caminhões com frios, com medicamentos, com água mineral”, disse o prefeito Marcos Maciel.

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Os municípios de Apuí, Humaitá e Manicoré já estão em alerta para a possibilidade de uma inundação gradual, considerada a maior desde 2014. Até a semana passada, segundo a Prefeitura de Apuí, cerca de 530 famílias já tiveram as casas atingidas pelas águas e ficaram desalojadas.
Transtornos à população: saúde e aulas comprometidas
Pacientes em estado grave nas unidades de saúde locais estão sendo removidos por via aérea.
“Já tivemos oito fretamentos de avião UTI nesse período. É um custo muito alto. Os pacientes de emergência de Manicoré estão sendo atendidos aqui em Apuí”, esclareceu Marcos Maciel.
O calendário escolar foi suspenso, sem data prevista para o início do ano letivo de 2025. Inicialmente, havia risco de falta de energia elétrica nas escolas devido à incerteza da chegada de combustível. Uma balsa da Amazonas Energia abasteceu Santo Antônio do Matupi e Apuí, evitando apagões.

Ruas e pontes também foram danificadas pelas fortes chuvas dos últimos meses, impactando diretamente o transporte escolar.
Nível do rio
Em abril, o nível do Rio Madeira chegou a 23,90 metros em Apuí. A previsão para os próximos dias é que o afluente continue em ritmo acelerado de subida.












