Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O acidente que vitimou a grávida Giovana Ribeiro da Silva, de 29 anos, e seu bebê de 7 meses, no domingo, 22/6, na avenida Djalma Batista, gerou intensa discussão na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
O caso foi levado à tribuna pelo deputado Delegado Péricles (PL), que responsabilizou a Prefeitura de Manaus pela tragédia e foi apoiado por outros parlamentares. A crítica, no entanto, provocou forte reação do deputado Daniel Almeida (Avante), irmão do prefeito David Almeida.
A jovem, que estava grávida, morreu após a moto em que estava com o companheiro cair em um buraco na avenida Djalma Batista, bairro Chapada, zona Centro-Sul de Manaus.
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Péricles afirmou que o problema dos buracos em Manaus é recorrente e amplamente denunciado pela população, mas que os investimentos em asfaltamento não têm resultado em melhorias efetivas.
“A população de Manaus fala diariamente sobre os buracos que se encontram na sua rua, no seu bairro, nas principais vias de Manaus. E a gente vê se gastando centenas de milhões por um tal de programa Tapa Buraco, e efetivamente a gente não vê as ruas sendo asfaltadas, o que se faz é maquiagem”, disse o parlamentar.
Ele também destacou que o buraco responsável pelo acidente só foi tapado após a fatalidade: “Um buraco que há meses se encontrava ali na Djalma e, para quem não sabe, recebi informação agora, que agora que a Seminf (Secretaria Municipal de Infraestrutura) mandou tapar o buraco, agora há pouco, depois da tragédia”.
O presidente da Casa, deputado Roberto Cidade (União Brasil), também lamentou o ocorrido e criticou a situação da via: “A avenida Djalma Batista, que é uma das maiores vias da cidade de Manaus, deveria estar de forma impecável, de forma excelente, de forma asfaltada, e por causa de um buraco, essas pessoas perderam as vidas. Tem locais que a gente não pode falhar”.
Em defesa da prefeitura, Daniel Almeida afirmou que o trecho onde ocorreu o acidente já havia passado por recapeamento e classificou a comoção como desproporcional.
“Estão fazendo uma guerra por causa de um buraco. A cidade nunca foi tão asfaltada quanto hoje”, disse o deputado, que ampliou sua crítica para o governo estadual, citando problemas nos hospitais públicos e na segurança.
Almeida ainda acusou o presidente da Casa de omissão: “Eu não vejo o senhor se manifestar diante de tantas pessoas que morrem e que são assaltadas na cidade. […] Vamos falar da calamidade que está nos hospitais públicos, que ninguém se levanta para falar aqui nessa casa? […] Isso é um absurdo, querer fazer alarde e colocar a culpa na prefeitura por causa de um acidente […] Por que o senhor passa pano no governo do estado?”
A partir das declarações, iniciou-se um bate-boca entre Daniel Almeida e Roberto Cidade. Ambos trocaram acusações e elevaram o tom até que os microfones foram cortados pela presidência da sessão.












