Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A médica veterinária Bárbara Viana alertou sobre a prevenção a esporotricose animal após atender em fevereiro deste ano, no bairro São Francisco, na zona Sul de Manaus, um gato macho que testou positivo para a doença. Nos animais, os gatos são os mais afetados, representando mais de 50% dos casos, o animal sobreviveu a doença, mas faz parte da estatística de casos no estado.
No Amazonas, entre janeiro e 24 de setembro, foram registrados 2.426 casos de esporotricose em animais, com 1.822 confirmações e 1.089 em tratamento. O número de eutanásias ou óbitos chegou a 726.
Leia também: Esporotricose: entenda a doença que acomete animais e humanos; 2.240 casos foram notificados em Manaus
A maioria dos casos envolve gatos (97,6%), seguidos por cães (2,4%). Além disso, a prevalência é maior entre machos, que representam 65,6% dos casos, de acordo com os dados divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES), na última terça-feira, 24/9.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS conversou com Bárbara Viana sobre a doença que pode ser transmitida do animal ao ser humano por ser uma zoonose.
“Devemos ter cuidado quando for manejar gatos doentes e evitar o contato desses animais com crianças e idosos que estão mais propensos a se contaminar. Sempre quando for manusear para fazer o tratamento é importante usar luvas descartáveis toda vez que precisar pegar nos animais doentes”, orienta a médica.
A esporotricose pode ser transmitida para humanos e outros animais por meio de arranhaduras, mordeduras, lambeduras e pelo contato com secreções respiratórias e lesões cutâneas. Em casos suspeitos em animais, recomenda-se buscar atendimento veterinário imediatamente.


“O tratamento sempre deve ser prescrito corretamente pelo médico veterinário, porque é ele que vai fazer todo o acompanhamento do animal e dependendo de como for o tratamento pode durar de 30 a 60 dias, por ser uma doença que requer bastante cuidado, ainda mais nos últimos tempos em que está tendo uma demanda bem grande de aumento de casos na cidade”, destaca.
De acordo com a especialista, o clima no Amazonas favorece bastante a contaminação dos animais que vivem na rua e os gatos são pets de estimação mais propensos a sair para passear nas ruas e correm o risco de adquirir a doença.
“Manaus está repleta de animais que não têm donos e não tem como serem castrados, eles ficam na rua propensos a contaminar os demais animais e outros gatinhos que saem das suas casas para passear nas vias”, diz Bárbara Viana.
Busca imediata por exame
A médica veterinária alerta que qualquer tipo de feridinha que for vista na pele do animal tem que ser levado o quanto antes para fazer o exame de citologia, dependendo de como for, existem vários tipos de doenças que afetam a pele do animal, dentre elas a esporotricose e o carcinoma que são tumores malignos.
“A gente não pode deixar de falar que o carcinoma [células escamosas] é uma doença de pele um tipo de câncer que também causa múltiplas feridas no corpo do animal. Então para ser um diagnóstico mais preciso tem que levar o animalzinho para fazer essa consulta e descartar outras hipóteses”, orienta.
Transmissão em humanos
A transmissão para seres humanos da esporotricose ocorre quando o fungo entra em contato com a pele ou mucosas, geralmente por meio de arranhaduras ou mordeduras de animais infectados, ou pelo contato com materiais como espinhos, palha ou lascas de madeira contaminadas.












