Nayandra Oliveira – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Durante a abertura do 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiânia, nesta quinta-feira, 17/7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelas tarifas impostas ao Brasil — e não poupou ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de “patriota falso”.
Lula condenou o teor da carta atribuída a Trump, que teria ameaçado taxar em 50% os produtos brasileiros caso Bolsonaro não seja anistiado no Brasil. “Não aceitamos a ideia de um presidente mandar carta dizendo que, se não soltarem o Bolsonaro, vai taxar o Brasil. Quem governa o Brasil somos nós, e não gringo nenhum”, disse Lula.
O presidente lembrou os mais de 200 anos de relações diplomáticas com os EUA e o superávit de mais de 400 bilhões de dólares em favor dos americanos. “Vamos responder de forma civilizada, como um democrata deve fazer. Não aceitamos que ninguém, de nenhum País, se meta nos nossos problemas internos”, reforçou.
Lula ironizou, ainda, o que chamou de estratégia da família de Bolsonaro, que tenta manter o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Segundo o presidente, Eduardo estaria no país para pressionar Trump em defesa do pai.
“Agora, Bolsonaro manda o filho dele pros Estados Unidos: ‘Vai lá pedir pro Trump me absolver, vai lá pedir’. E fica abraçado na bandeira americana, esse patriota falso. Nós vamos tomar a bandeira verde e amarela de volta para o povo brasileiro”, afirmou.
Sobre o episódio do Capitólio, Lula reforçou que, se Trump vivesse no Brasil e tentasse algo semelhante, também estaria sendo julgado e poderia ser preso, assim como Bolsonaro.
O presidente também comparou a tensão política a uma partida de truco. “Quando o cara truca, a gente escolhe: ou corre ou grita ‘seis’ na orelha dele. Eu estou jogando. O Brasil gosta de negociar”, disse, mas ressaltou que a carta de Trump não trazia qualquer proposta de negociação. “A lógica era: ou libera o Bolsonaro ou vai ter retaliação. Ou dá ou desce”, ironizou.
Além das críticas políticas, Lula prometeu taxar as Big Techs americanas. “Esse país só é soberano porque o povo tem orgulho dele. E vamos cobrar impostos das empresas digitais americanas”, declarou.
Congresso
Com o tema “O Brasil se une pela soberania”, o congresso reuniu cerca de três mil estudantes e contou com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana, que defendeu a justiça tributária e destacou a importância da juventude na defesa da democracia e da soberania nacional.
Lula encerrou reafirmando a autonomia do STF e o papel da Suprema Corte no julgamento de Bolsonaro e aliados. “Quem está julgando são os ministros do Supremo, com base nos autos do processo. E é assim que tem que ser”, concluiu.












