Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O cenário político de 2026 no Amazonas deve ser marcado por disputas acirradas e por um fator decisivo: o voto do interior. A avaliação é do vereador Marco Castilhos (União Brasil), que em entrevista ao quadro Jogo Limpo, da Rádio Rios FM 95,7, nesta sexta-feira, 26/9, destacou o peso estratégico que os municípios fora da capital terão tanto na eleição para o governo do Estado quanto para o Senado.
Com larga experiência na gestão pública — tendo atuado como secretário municipal em Coari, um dos principais municípios do interior do Amazonas — Castilhos afirma conhecer de perto a realidade e a força política dessas regiões.
Segundo ele, embora Manaus concentre o maior número de eleitores, é no interior que a tendência de voto costuma ser mais uniforme e decisiva.
“Em Manaus geralmente existe uma divisão de votos, e no interior existe algo mais pacificado, quando existe um nome com grupo político mais massificado”, explicou. O vereador ressaltou ainda que o cenário segue indefinido e que, neste momento, “muitos candidatos estão saindo na frente por já ter um grupo político, e isso faz muita diferença”.
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Apesar de reconhecer a influência ainda forte dos “velhos caciques” políticos no interior, Castilhos avalia que “nada está decidido” e que o cenário pode mudar até 2026, à medida que novos grupos se articulem e ganhem espaço na disputa.
Disputa pelo Senado
Castilhos lembrou que as articulações políticas já começaram e que os principais nomes se preparam com força para a disputa. “Os nomes que estão hoje para o Senado — Capitão Alberto Neto (PL), governador Wilson Lima (União), Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB) — estão com atividade muito pesada no interior”, disse.
Ele citou como exemplo o deputado federal Capitão Alberto Neto, que esteve nos últimos dias em Tabatinga, e o senador Eduardo Braga, que atua em parceria com a prefeitura na área de habitação e infraestrutura para consolidar mais apoio eleitoral já que o interior é um de seus pontos fortes.
Para o vereador, o esforço em fortalecer alianças fora da capital será determinante. “O governador Wilson Lima tem um trabalho muito pesado no interior e já visitou diversos municípios. Eu acredito que vai ser uma eleição muito difícil para quem se candidatar desses nomes”, destacou.
Outro fator importante apontado por Castilhos é a disputa pelas duas vagas ao Senado, em que a escolha do segundo voto pode ser decisiva. “Aí que mora o perigo. O segundo voto vai ser muito disputado”, afirmou.
Ele lembrou o caso do senador Plínio Valério, que, em 2018, garantiu a vitória ao receber grande parte dos segundos votos dos eleitores. Desta vez, no entanto, avalia que “a campanha vai precisar ter musculatura, não vai ter esse fenômeno do CPF”.
Castilhos relembrou a campanha eleitoral daquele ano, quando Plínio Valério (PSDB) ficou conhecido pela frase “o senador do ‘CPF’ limpo”, utilizada para contrastar sua imagem com a de outros candidatos que enfrentavam acusações de corrupção ou problemas com a Justiça.
Castilhos encerrou a análise reforçando que o resultado dependerá de estratégia e presença constante nas bases eleitorais. “Vai precisar de trabalho”, concluiu.












