Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – A segunda noite do Festival #Sou Manaus, 6/9, foi marcada por um momento de valorização ao artista local, realizado pela cantora baiana Ivete Sangalo. No palco Malcher, a “Rainha do Axé” chamou a amazonense Rebecca Grana para dividir os vocais e fez questão de reforçar a importância de prestigiar os talentos da cidade.
“Tem que respeitar o artista daqui. Tem que chamar pra cantar os artistas do lugar”, disse Ivete, antes de apresentar Rebecca ao público que foi parabenizou a cena.
A participação emocionou a artista amazonense, que descreveu o episódio como um marco em sua carreira. “Foi a realização de um sonho de adolescente, de artista, de profissional, de pessoa. Não é qualquer pessoa que canta com a Ivete Sangalo, né? Ela é a minha maior inspiração. Tudo que eu trago pro carnaval de Manaus é inspirado nela. Me sinto honrada e muito, muito, muito agradecida”, declarou.
O convite da cantora
O convite para subir ao palco não veio da organização do evento, mas da própria Ivete. Rebecca conta que a oportunidade surgiu de forma inesperada ainda no aeroporto de Manaus.
Sou fã da Ivete há 22 anos. Entreguei meu portfólio nas mãos dela e pedi uma oportunidade. Expliquei que também era atração no mesmo palco e ela prontamente atendeu meu pedido. Na hora, eu não achei que realmente fosse acontecer. Mas ela me chamou no camarim, tiramos uma foto e depois, durante o show, me chamou para cantar”, relembrou.
Valorização de artistas locais
O gesto de Ivete ganha ainda mais relevância em meio às críticas de artistas amazonenses, que nas últimas semanas denunciaram desvalorização da cena local no festival. O humorista Roger Siqueira, por exemplo, afirmou em vídeo nas redes sociais que só é chamado quem faz parte da “panelinha do prefeitou”. A própria Ivete, no entanto, usou o microfone para destacar o espaço que os artistas da terra merecem em eventos desse porte.
Questionada sobre as críticas, Rebecca disse: “Eu acredito que o Festival Sou Manaus tem espaço para todos nós. Estar nesse palco ao lado da Ivete foi uma emoção única, mas também um símbolo de que a nossa música pode dialogar com o Brasil inteiro. Entendo as críticas e vejo como um pedido de mais valorização da nossa cultura, que é riquíssima e merece ser sempre colocada em destaque”.












