Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Não é a primeira vez que o Portal RIOS DE NOTÍCIAS visita a rua Senador Fábio Lucena, no bairro Mauazinho, zona Leste de Manaus. E o cenário é o mesmo: terra cedendo, casas em risco e moradores à espera de uma resposta por parte da prefeitura. O drama se repete há mais de oito meses.
Valdilene Soares, de 37 anos, é autônoma e moradora antiga da área. Ela foi direta sobre o problema. “Essa é a quarta vez que vocês vêm aqui. E cada vez é pior. Nada foi feito, tudo está do mesmo jeito ou piorando. Só é promessa. Falaram que iam nos dar apartamento, casa, terreno. Até agora, nada. Estamos vivendo de palavras.“

Indignada com a falta de ação da administração municipal, Valdilene lembra que, quando chegou o momento para cortar o auxílio-moradia, os agentes apareceram rápido. O valor pago pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) era de apenas R$ 600.
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“Quando é pra prejudicar a gente, eles vêm voando. Mas pra resolver o problema? Nunca vieram. O sol está aí, dá pra trabalhar, dá pra arrumar, mas ninguém apareceu. Isso é uma falta de respeito. A situação só piora e já está chegando na outra rua”, desabafa.



O aposentado Francisco Antônio Lima, de 63 anos, vive há mais de 40 anos no Mauazinho e enfrenta problemas sérios de saúde. Com o câncer, ele usa uma bolsa de colostomia e diz que não tem mais condições físicas e nem psicológicas de suportar o que está vivendo na área.

“Tudo que passa na minha cabeça é coisa ruim. Minha pressão sobe, não consigo nem fazer exame. Disseram que no verão iam resolver. Estamos no verão, e até agora, só tristeza”, disse o aposentado, que recorda do esforço que fez para construir sua casa no local.
“Sonhei tanto com ela. E agora está aí, se desfazendo, por nada. A gente se sente abandonado. Nem psicólogo vem aqui. O povo aqui está doente, está em choque. Estamos vivendo com medo. E esse auxílio de R$ 600? Não dá pra alugar nada. Cortaram da gente porque não saímos da casa. Mas vamos pra onde?”, disse.
Para o motorista Andrey Ronald, de 42 anos, as promessas estão se tornando apenas palavras e nenhuma ação. “Se dependesse das palavras do poder público, eu já teria uma nova casa, mas a realidade é bem diferente. Tudo é só promessa. A gente correu atrás de vários órgãos e até agora ninguém veio consertar nada. Quando é pra ajudar, somem“, afirmou.

Andrey também aponta a contradição entre o discurso da prefeitura e a prática. “Falam que estão cuidando da cidade. Cadê? Aqui está abandonado. A erosão está chegando na outra rua. É um descaso total. O prefeito pediu voto aqui. A gente ajudou. Agora, ele virou as costas pra nós”, revelou.
O Portal RIOS DE NOTÍCIAS entrou mais uma vez em contato com a Prefeitura de Manaus, e segue aguardando um posicionamento sobre as providências a serem tomadas. O espaço continua aberto para atualizações.












