Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Moradores do Conjunto Canaranas II, no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus, convivem há meses com uma combinação de problemas que já faz parte da rotina: lixo acumulado, mato alto, esgoto a céu aberto e água parada tomando conta da rua A, na esquina com a rua K, quadra 30.
O cenário, além de causar mau cheiro, tem bloqueado a passagem de veículos e colocado pedestres em constante risco, especialmente em dias de chuva, quando o trecho se transforma em um corredor alagado.
A situação se agrava pela proximidade com a Escola Estadual Profª Lenina Ferraro da Silva. Pais, responsáveis e estudantes relatam que o trajeto diário é marcado por desvios improvisados, trechos inutilizados e pontos onde a lama e o esgoto tornam a circulação praticamente impossível. Segundo os moradores, as reclamações ocorrem há anos, mas nenhuma providência definitiva foi adotada até o momento.
O comerciante José Ribamar, que passa pelo local todas as manhãs para buscar a esposa, afirma que a área se tornou inviável até para manobrar o carro.
“Preciso desviar sempre, porque por essa rua não tem mais condições. Jogaram entulho, virou um problema sério. Teve um dia que choveu forte e isso aqui virou um igarapé. A água tomou tudo”, disse.

Para parte dos moradores, o acúmulo de água estaria relacionado ao entupimento dos bueiros, o que provoca refluxo e impede o escoamento. O pedreiro Ademilton dos Reis é um dos que atribui o transtorno à falta de manutenção.
“Não sei se os bueiros entupiram, mas está impossível caminhar. Os carros não passam, e o cheiro é muito ruim”, lamentou.
O metalúrgico Luciano da Silva descreve um sentimento de abandono crescente entre os moradores. Segundo ele, o trecho virou foco de animais peçonhentos e atração para insetos, agravando a insegurança na região.
“Isso aqui já virou depósito de lixo. Dá rato, barata, até cobra já apareceu. Quando chove, vira um caos. A rua alaga, e a sensação é de que o bairro foi esquecido”, afirmou.

Criança cai em bueiro durante chuva
A ausência de manutenção ganhou contornos ainda mais graves quando o filho de Alessandra Guedes caiu em um bueiro submerso durante uma forte chuva. A dona de casa relata que o menino não conseguiu ver o buraco por causa da água acumulada.
“Meu filho caiu porque isso aqui vira um rio quando chove. Ele não viu o bueiro, simplesmente afundou. É falta de respeito com quem paga imposto”, contou.
Moradores afirmam que, apesar das diversas denúncias, nenhuma ação efetiva foi realizada pela Prefeitura de Manaus. Alguns relatam que equipes chegaram a visitar o local, mas não concluíram serviços de desobstrução.

“Vieram aqui, mas não resolveram nada. A rua continua desse jeito”, disse José Ribamar.
A percepção é compartilhada por Luciano da Silva, que aponta abandono também nas vias próximas. “Infelizmente, não fazem nada por aqui. Outras ruas do conjunto estão cheias de buracos, e a situação só piora. A comunidade inteira está jogada”, disse.
Ademilton reforça que os problemas extrapolam o trecho principal e já comprometem outras áreas do bairro. “Nem na avenida principal a prefeitura aparece. O bueiro lá também está entupido e não dá conta do volume de água”, afirmou.


O Portal Rios de Notícias entrou em contato com a Prefeitura de Manaus para solicitar esclarecimentos sobre as denúncias e aguarda resposta. O espaço permanece aberto para manifestação.












