Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – As fortes chuvas que atingem Manaus nos últimos dias têm provocado alagamentos, prejuízos a comerciantes e transtornos à população. Na região central da capital amazonense, lojistas relatam danos materiais e cobram ações do poder público.
O empresário Vicente Francisco, que tem lojas na rua Eduardo Ribeiro, nas proximidades do DB e na rua Marechal Deodoro, afirmou que a água invadiu seus estabelecimentos, causando perdas.
“É complicado. Três das minhas lojas foram alagadas. A água chegou próximo ao caixa, que fica na parte de trás. Molhou muitas mercadorias, principalmente meias e sapatos, além das caixas de armazenamento”, contou.

O empresário também comentou o vendaval do último fim de semana, que destruiu barracas da feira da Eduardo Ribeiro e causou cenas de pânico.
“Foi chocante. Atrás da Bemol, carros chegaram a boiar e ainda tem o lado humano, quando a água entra nas casas e destrói móveis, eletrodomésticos. É muito triste”, lamentou o logista.
Microempreendedores sofrem
David Castelo, autoempreendedo que atua no Centro, também foi impactado pelas chuvas e criticou a falta de manutenção da infraestrutura urbana.
“No domingo, teve um vendaval e uma chuva torrencial. Talvez por falta de infraestrutura e o entupimento dos bueiros, agravado pelo lixo jogado nas ruas, houve um alagamento severo aqui no Centro Histórico”, destacou.

David fez um apelo à Prefeitura de Manaus para que invista na drenagem e na limpeza urbana, principalmente com a aproximação da COP30 que ocorrerá no estado vizinho, o Pará. (onde se tem falado previamente dos efeitos climáticos que afetam a região amazônica)
“Uma cidade em desenvolvimento como Manaus precisa de planejamento sério. Os gestores municipais devem priorizar a infraestrutura para evitar esse tipo de situação “, afirmou.
Radar meteorológico e alertas: população desinformada
Questionado sobre o funcionamento do radar meteorológico de milhões citado pela prefeitura, Vicente Francisco afirmou desconhecer. “Ouvi falar, mas não sei se está funcionando”, comentou.
David Castelo reforçou a importância de políticas públicas efetivas, inclusive na comunicação de risco. “A cidade precisa de ações integradas. Os vereadores têm a responsabilidade de fiscalizar para garantir melhorias. O radar e os alertas devem funcionar de verdade”, disse.
Sobre os alertas da Defesa Civil, o microempreendedor relatou não ter recebido nenhuma notificação durante os testes. “É essencial que esses alertas funcionem, porque ajudam a população a se prevenir”, concluiu.
A pedagoga Ivanice Scantbelruy também reclamou da falta de comunicação. “Não recebi nenhum alerta no meu celular. E sobre o radar, nem sabia. Com certeza falta mais atenção a tudo isso”, opinou.

Responsabilidade coletiva
Além das falhas na infraestrutura, o descarte incorreto de lixo também contribui para os alagamentos. A vendedora Ilanice Trindade chamou atenção para a falta de conscientização da população.
“A cidade alaga porque muita gente joga lixo na rua. Os bueiros são estreitos e ficam entupidos. Às vezes a lixeira está perto, mas jogam o lixo até na casa do vizinho. Aí vem a chuva e entope tudo “, criticou.

Para Ivanice, a intensidade das chuvas é atípica, mas os efeitos podem ser reduzidos com ações conjuntas.
“Ainda não era para estarmos com chuvas tão fortes. Mas já que estão vindo, é preciso mais limpeza e cuidado por parte dos governantes e também da população, que precisa fazer sua parte”, reforçou.












