Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O ex-vereador de Manacapuru e servidor do INSS, Jucimar Fonseca, foi preso em flagrante durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga descontos irregulares nas aposentadorias, em um esquema bilionário. A prisão ocorreu na noite desta terça-feira, 2/12, em Brasília (DF).
Jucimar só compareceu à comissão porque foi conduzido coercitivamente pela Polícia Legislativa. Ele havia apresentado atestados médicos para tentar adiar a ida ao Senado, mas foi localizado em Manaus e levado à capital federal.
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Depoimento tenso e prisão
Durante a sessão, parlamentares apontaram contradições nas declarações de Jucimar, especialmente sobre convocações, datas e pareceres assinados por ele. Em um dos momentos mais tensos, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou a prisão imediata do servidor por entender que ele mentia e resistia a colaborar.
“Quem nada deve, não foge. Quem confia na própria inocência, não evita depoimento”, disse Viana, lembrando que os atestados apresentados por Jucimar não passaram por perícia do Senado.
Durante o depoimento, o ex-vereador afirmou que começou a emitir pareceres técnicos sobre Acordos de Cooperação Técnica apenas em 2023.
Documentos apresentados pelos senadores, no entanto, mostram que ele já atuava nessa função pelo menos desde 2021. Após horas de questionamentos, Viana afirmou: “O tempo da paciência com quem vem mentindo à CPMI acabou”.
Carreira e atuação em Manacapuru
Jucimar é conhecido em Manacapuru. Foi policial militar entre 2001 e 2012, e vereador com 1.006 votos. Em 2013, ingressou no INSS como técnico do Seguro Social e chegou ao cargo de coordenador-geral da área de pagamentos.
Ele também presidiu o Funprevim, fundo de previdência de Manacapuru, entre 2017 e 2018. As prestações de contas desse período foram reprovadas pelo Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), mas ainda tramitam com recursos.
Envolvimento no esquema
Na CPMI, Jucimar confirmou que assinou pareceres atestando a idoneidade da Conafer, associação investigada por autorizar descontos indevidos na folha de aposentados e pensionistas.
Segundo a comissão, os valores desviados passaram de R$ 800 milhões em 2022 para R$ 3,5 bilhões em 2024, acumulando um prejuízo que já ultrapassa R$ 6 bilhões.
O presidente da CPMI anunciou que pedirá prorrogação das investigações até 2026, diante de novos desdobramentos que ainda estão sendo analisados.












