Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) -A criação da Lei Paulo Onça, homenagem ao sambista e compositor assassinado após uma briga de trânsito, gerou debate acalorado na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quinta-feira, 11/12. O Projeto de Lei, institui a campanha permanente “Na Direção do Respeito”, voltada para ações contínuas de conscientização e prevenção a violência no trânsito.
O deputado Daniel Almeida (Avante) criticou o projeto e fez referência ao histórico de dependência química do artista. Para ele, a iniciativa “premia infratores”.
“Um dependente químico que pega o carro, usa droga e dirige está cometendo um crime. É inadmissível premiar o infrator dessa maneira, criando uma lei nesta Casa. Ele era talentoso, brilhante, mas perdeu para as drogas”, declarou.
A fala provocou reação imediata de outros parlamentares. O delegado Péricles (PL) defendeu o projeto e rebateu a abordagem de Daniel. Ele lembrou que Paulo Onça foi “espancado de forma truculenta por um assassino”.
Segundo o deputado, a proposta trata de conscientização no trânsito, não de absolvição. “Quem oferece perigo no trânsito deve ser punido, não espancado até a morte, como aconteceu com o Paulo. Vamos respeitar a família”, disse.
O deputado Rozenha (PMB) também criticou a postura de Daniel Almeida e destacou que, apesar dos problemas pessoais do sambista, nada justifica a violência.
“Paulo teve dificuldades com o vício, mas nada justifica a truculência. Ele pode ter sido culpado de um acidente, mas logo depois virou vítima de um crime muito maior: assassinato. Me espanta a falta de empatia”, afirmou.
Paulo Onça, 63 anos, ficou cinco meses internado após ser brutalmente agredido por Adeilson Duque, conhecido como “Bacana” durante um acidente de trânsito na Praça 14, zona Sul de Manaus. O agressor fugiu sem prestar socorro e responde por homicídio qualificado.












