Gabriel Lopes – Rios de Notícias
BRASÍLIA (DF) – O senador Fabiano Contarato (PT-ES), recentemente empossado como presidente da CPI do Crime Organizado no Senado, classificou como “infeliz” a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segundo a qual “os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também”.
Contarato, que tem formação como delegado de polícia, afirmou em entrevista ao jornal O Globo publicada nessa quarta-feira, 5/11, que “o traficante é o que há de mais pernicioso dentro da sociedade brasileira” e defendeu “mais rigor, inclusive no aumento das penas para o tráfico de entorpecentes”.
O parlamentar ainda apontou que, embora milite nos direitos humanos, acredita que a pauta da segurança pública não pode ser tratada “com romantização”. O político afirma que terá uma condução técnica, sem dar espaço a palanque político e eleitoral na comissão, instalada em meio à escalada da violência no Rio de Janeiro.
“O que não pode é a sociedade continuar alarmada diante de operações que vitimam dezenas de pessoas. […] A gente sempre precisa perguntar: a operação foi bem-sucedida? Restituiu a paz social? No caso da mais recente, tivemos 121 mortos, entre eles, quatro policiais, e um dos alvos não foi capturado. Então, ela foi um sucesso?”, questionou.
O senador também reconheceu que o tema da segurança pública é um desafio para a esquerda. “Passou da hora de o campo progressista assumir essa pauta, porque ela é apartidária. Essa é uma determinação constitucional, independentemente de partido”, declarou Contarato.
‘Terminantemente contra’

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que o governo é “terminantemente contra” equiparar as facções criminosas brasileiras a organizações terroristas, como vem defendendo a oposição à gestão do presidente Lula, pois essa equiparação abriria margem para que outros países atacassem o Brasil.
“O governo é terminantemente contra. Nós somos contra esse projeto que equipara as facções criminosas ao terrorismo. Terrorismo tem objetivo político e ideológico, e o terrorismo, pela legislação internacional, dá guarida para que outros países possam fazer intervenção no nosso país”, disse ela nesta quarta.
Ainda de acordo com a ministra, o governo não concorda com essa equiparação já que o Brasil conta com uma legislação de combate às organizações criminosas.












