Júlio Gadelha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – O ex-prefeito de Manaus e presidente estadual do PL, Alfredo Nascimento, publicou nesta terça-feira, 9/9, um vídeo nas redes sociais em que faz críticas ao #SouManaus 2025, realizado no último fim de semana. Segundo ele, o evento não valoriza a produção cultural local e consome recursos que poderiam ser aplicados em outras áreas.
“Dizem que o objetivo desse evento é impulsionar a cultura local. Não, não impulsiona a cultura local coisa nenhuma. A participação dos nossos cantores, dos nossos artistas é praticamente insignificante”, declarou Nascimento.
O ex-prefeito comparou a atual gestão com a sua administração à frente da cidade. “Na época que eu fui prefeito, aí sim nós tínhamos a valorização da cultura local, o impulsionamento dos cantores, daquelas pessoas que são escritoras. Era bom a gente voltar no tempo um pouco, infelizmente. Porque ao invés de evoluir, nós estamos gastando para a gente aparecer”, afirmou.
Nascimento também questionou os valores investidos em estrutura e cachês de artistas nacionais. “Vocês sabem quanto é o cachê do Gustavo Lima? Um milhão e duzentos mil reais. É o que ele põe no bolso. Sabe quanto é o da Ivete Sangalo? Um milhão. Sabe quanto custou só a estrutura para a realização desse evento, desses 17 palcos? Próximo de 20 milhões de reais. E eu fico a me perguntar, será que esse dinheiro não poderia ser aplicado de outra forma?”, disse.
Em outro trecho, ele criticou a versão de que a iniciativa teria sido financiada pela iniciativa privada. “Aí vão me dizer que, não, a iniciativa é privada, as empresas pagaram tudo. Conversa pra boi dormir. Vou acabar com essa história que o empresário está fazendo coisas de graça só porque gosta de Manaus e quer atender a população”, ironizou.
Debate ampliado
As críticas de Nascimento somam-se às de artistas locais que também têm questionado a falta de espaço no festival. O humorista Roger Siqueira afirmou em suas redes que a Prefeitura oferece apenas “um cachêzinho” para justificar a presença de nomes locais.
“O ‘Passo a Paço’ existe porque é uma forma da Prefeitura firmar grandes contratos milionários, muitas vezes com artistas nacionais”, disse.
Já o músico Paulo Henrique, vocalista da banda Não Existe Saudade em Inglês, relatou frustração por ter sido novamente impedido de se apresentar. Segundo ele, a justificativa recebida foi que não poderiam repetir atrações.
Na segunda-feira, 8/9, o presidente da Fundação Municipal de Cultura e Artes (ManausCult), Jender Lobato, confirmou que os cachês do #SouManaus ficaram entre R$ 12 milhões e R$ 14 milhões, valor já antecipado em um levantamento realizado pelo Rios de Notícias. Somados à estrutura e logística, os custos do evento ultrapassaram a marca de R$ 20 milhões.












