Lauris Rocha – Rios de Notícias
MANAUS (AM) -A declaração do ex-piloto de Fórmula 1, Lucas di Grassi, criticando os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM), gerou forte repercussão entre autoridades e parlamentares do Amazonas. Perguntando pelo portal RIOS DE NOTÍCIAS se iria se manifestar, o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, respondeu com a frase: “Águias não caçam moscas”.
Di Grassi publicou na rede social X (antigo Twitter), na última quarta-feira, 9/4, que “a Zona Franca de Manaus é o câncer industrial desse país”, e defendeu o fim do modelo com a frase: “Precisamos acabar com o sistema ASAP” — sigla em inglês para “o mais rápido possível”.


Reações e defesa do modelo
A fala do ex-piloto repercutiu negativamente entre políticos locais, que saíram em defesa da ZFM, modelo econômico que há décadas movimenta a economia da região Norte e gera milhares de empregos.
O deputado federal Marcelo Ramos foi um dos primeiros a rebater publicamente as críticas. “Não transfira para a ZFM a responsabilidade de querer produzir em São Paulo 600 bicicletas para concorrer com a China, que produz 135 mil por dia e mais de 50 milhões por ano”, escreveu.
Ramos ainda citou a trajetória esportiva de di Grassi, compartilhando um print com o desempenho do ex-piloto na temporada de 2010 da Fórmula 1, na qual não conquistou vitórias, pódios ou títulos. “Esses são os resultados do playboy e ex-piloto. Parece que não é só de negócio de bicicleta que ele é ruim não”, disparou o parlamentar.


Outro nome a se manifestar foi o secretário estadual de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Inovação, Serafim Corrêa, que destacou as dificuldades de produzir na região. “Este mesmo cidadão esconde que o preço da energia elétrica na ZFM é de R$ 0,84 por kWh, enquanto na terra dele é R$ 0,44. Produzir na Amazônia é mais caro”, comparou.
Entenda o modelo da Zona Franca de Manaus
Criada em 1957 durante o governo Juscelino Kubitschek, a Zona Franca de Manaus é um dos principais modelos de desenvolvimento regional do país. Seu objetivo é integrar a região amazônica à economia nacional, por meio de incentivos fiscais que atraem empresas e fomentam a geração de emprego e renda.
Localizado estrategicamente próximo ao porto de Manaus, o polo industrial da ZFM facilita a logística de distribuição e exportação, sendo um eixo fundamental para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Ocidental e do estado do Amapá.

Hoje, a ZFM é responsável por uma fatia expressiva da economia do Amazonas e é considerada essencial não apenas para o crescimento industrial da região, mas também para a preservação da floresta, ao oferecer uma alternativa econômica à exploração predatória dos recursos naturais.












