Júnior Almeida – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – Um sargento da Polícia Militar do Amazonas, que atuava na reserva remunerada, foi preso nessa terça-feira, 29/7, acusado de estuprar uma detenta de 35 anos durante uma transferência prisional do município de Humaitá para Manaus. O crime ocorreu no dia 18 de julho deste ano.
Segundo o delegado Ivo Martins, responsável pelo 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), o abuso sexual aconteceu quando dois membros da equipe de escolta saíram para buscar comida em um restaurante na estrada, deixando o militar sozinho com a detenta no veículo.
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“No momento em que o veículo apresentou uma pane na estrada, quando dois dos componentes da equipe foram até o restaurante pegar comida, o agente, lamentavelmente, teria consumado o ato junto à detenta, numa situação de extrema vulnerabilidade dela”, explicou Martins.
Ivo Martins, delegado
O delegado destacou a gravidade da situação, em razão da vítima está naquele momento indefesa. “Ela teria sido submetida à violência sexual, inclusive com conjunção carnal, estando algemada nos pés e nas mãos. Fato que causou uma imensa repulsa por nós”, disse.
Confissão via WhatsApp
Ainda segundo o delegado, o caso veio à tona após o próprio agressor confessar o crime a um colega da equipe de escolta através de uma conversa de WhatsApp. A reação do colega foi imediata e de repúdio.
“No momento em que o agente prisional investigado e preso relata a prática do delito para um desses integrantes da comitiva, imediatamente o integrante da comitiva na conversa falou: ‘olha, eu vou ter que avisar o comando, isso é inadmissível, boa sorte para você'”, relatou Martins.
Inicialmente, o militar negou a autoria do crime quando foi interrogado pela primeira vez. “Num primeiro momento houve a negativa de autoria”, confirmou o delegado.
Mandado de prisão
A Polícia Civil cumpriu o mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, no bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus, onde foram apreendidos um barbeador e uma escova de dente para extração de material genético, conforme explicou Martins.
O delegado confirmou que o depoimento da vítima foi “muito consistente, claro, objetivo e direto”, prestado na presença da Defensoria Pública e da Comissão Sindicante da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Durante o depoimento, a vítima relatou detalhes do crime. “Segundo o relato, ela informa que ele já vinha, inclusive, com as mãos na perna dela durante o trajeto”, disse Martins.
De acordo com a polícia, há a possibilidade de que o militar tenha cometido outros abusos anteriormente. “Nós temos essa informação que foi passada pela própria detenta no depoimento dela, no sentido de que o agente prisional teria relatado já ter feito isso com outras presas“, revelou o delegado.
Respostas e procedimento
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que a denúncia foi feita no mesmo dia do crime, quando a vítima chegou ao Centro de Detenção Feminino (CDF) em Manaus e passou pelos procedimentos de triagem. Os servidores envolvidos na ocorrência foram imediatamente afastados e posteriormente exonerados.
O sargento da reserva responderá pelo crime de estupro de vulnerável e ficará à disposição da Justiça. Além da ação penal, a Polícia Militar instaurou procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta do militar no crime.












