Júlio Gadelha – Rios de Notícias
RIO PRETO DA EVA (AM) – O município de Rio Preto da Eva, conhecido por abastecer boa parte da capital amazonense com frutas, hortaliças e outros produtos da agricultura familiar, enfrenta dificuldades que vão da precariedade dos ramais à crise na saúde e à falta de investimentos no setor primário. A pré-candidata ao Governo do Amazonas, Professora Maria do Carmo (PL), esteve com feirantes e produtores rurais na Feira do Produtor Rural – ADS, neste sábado, 26/7, e ouviu relatos de frustração, abandono e desejo por mudança.
Saúde e transporte como entraves à rotina
A técnica de enfermagem Raiane, que mora em área rural, afirmou que os maiores problemas vividos na comunidade onde reside envolvem infraestrutura e acesso à saúde.
“A maior dificuldade é na saúde e nos transportes. Sim, no ramal. A dificuldade é grande lá, porque não é asfaltado. A gente tem filho pequeno, quebra o ônibus e as crianças ficam até muito tarde na pista e não tem como sair de lá. Eles (governo e prefeitura) não ajudam a gente. Então a gente quer que ela [Maria do Carmo] ajude a gente na comunidade”, disse.
Ramal ruim, energia precária e falta de título de terra
O produtor Carlos Pinto chamou atenção para o abandono da zona rural, que depende de ramais em péssimas condições e enfrenta cortes constantes de energia. Ele também destacou o entrave histórico da falta de regularização fundiária.
“No verão dá pra trafegar, mas no inverno fica muito ruim. Essa noite, por exemplo, no ramal onde moro, a energia faltou cinco vezes. Outro problema é que 63% das terras do município são da Suframa. A prefeitura não pode nos dar o título. O município não tem terra, mas precisa, para poder produzir”, relatou o produtor rural.


Prejuízo na produção e gastos com manutenção de veículos
Gil, feirante da comunidade São Francisco de Assis, reforçou que a falta de infraestrutura afeta diretamente a produção e a renda das famílias.
“A gente gasta mais com o carro do que com a família. Precisamos de oportunidade, de um ramal bom, energia trifásica para conseguir trabalhar com granja, galinha, tanque. Só temos monofásica, e isso não aguenta as máquinas”, declarou.
Setor primário sem apoio
Já o agricultor José Pedro cobrou uma mudança na gestão das secretarias voltadas à agricultura.
“Tem que ter funcionários qualificados. Do jeito que está não pode continuar. O Amazonas está se afundando. Hoje as pessoas passam fome na roça porque muitos não têm como produzir. Manaus tem milhões de habitantes e a maior parte dos alimentos vem de fora. Se tivesse investimento aqui, não precisava disso”, disse José Pedro.


Propostas e compromisso de mudança
Em discurso durante a visita à feira, Maria do Carmo (PL) se comprometeu com um novo modelo de gestão para o interior do Amazonas. “O Rio Preto da Eva, como todo o interior do estado, está abandonado, entregue à própria sorte. Isso é uma forma de escravidão. Você tem que libertar o povo criando matrizes econômicas. A agricultura familiar precisa ser incentivada, e o turismo também é uma riqueza que precisa ser explorada”, afirmou a professora.


A pré-candidata a governo do Amazonas defendeu que é preciso renovar o modelo de desenvolvimento do Amazonas.
“É uma guinada que a gente vem trazendo. Vamos fazer uma nova etapa, uma renovação completa de tudo aquilo que a gente deseja para o nosso estado”, declarou Maria.












